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O caso mais emblemático é o judô

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Lesões, dopings e falta de competições geram incertezas para o Brasil nas Olimpíadas

A menos de nove meses dos Jogos, Time Brasil sofre com julgamentos de doping e cirurgias inesperadas; falta de torneios atrapalham velejadores e atletas de esportes de luta

O ano de 2020 está complicado para todo mundo, e com o esporte nacional não seria diferente. Mas, além dos problemas causados pela pandemia, alguns dos principais atletas brasileiros vivem momentos de incertezas faltando menos de nove meses para as Olimpíadas de Tóquio.

Rafaela Silva  — Foto: Roberto Castro / rededoesporte.gov.br

Rafaela Silva — Foto: Roberto Castro / rededoesporte.gov.br

O caso mais emblemático é o judô, modalidade que mais medalhas trouxe ao Brasil na história dos Jogos. Enquanto a atual campeã olímpica Rafaela Silva espera o resultado do seu recurso contra a punição de dois ano por conta de um exame antidoping que pode a tirar de Tóquio, Mayra Aguiar, seis vezes medalhista em Mundial, sofre na recuperação de uma delicada cirurgia no joelho e só deve voltar aos tatames em maio.

As duas são as maiores chances de medalha do Brasil no judô nas Olimpíadas, tanto que foram delas os dois pódios individuais no Campeonato Mundial de 2019.

Outra atleta que espera o resultado de um julgamento de doping é Andressa Morais, top 5 do ranking mundial em 2019 e medalha de prata na final da Diamond League de 2018 no lançamento do disco. A nove meses dos Jogos, ela ainda não sabe se poderá ou não estar em Tóquio, e seria uma das possibilidades de pódio do atletismo nacional.

Yndiara Asp skate park STU Florianópolis — Foto: Julio Detefon

Yndiara Asp skate park STU Florianópolis — Foto: Julio Detefon

A skatista Yndiara Asp, principal esperança de pódio do país na categoria park, sofreu uma queda há duas semanas e passou por uma cirurgia. Ainda não há uma previsão de volta para a atleta.

Por outro lado, há uma incerteza positiva, digamos assim. Rebeca Andrade, ginasta mais talentosa da geração, se machucou no ano passado e não estaria 100% se as Olimpíadas de Tóquio tivessem sido realizadas em julho, como previsto. Ganhou um ano para se recuperar e tem treinado muito bem, apesar de ainda não estar 100%. Se estiver inteira fisicamente nas Olimpíadas, é favorita ao pódio no salto, e tem chances reais de pódio no solo e no individual geral.

Rebeca Andrade  — Foto: Alexandre Castello Branco/COB

Rebeca Andrade — Foto: Alexandre Castello Branco/COB

Mas aí entra uma nova incerteza: ela ainda não está classificada para as Olimpíadas, precisará disputar um pré-olímpico ano que vem. Além dela, outras estrelas do esporte nacional como a campeã mundial de boxe Beatriz Ferreira, o vice-campeão mundial de caratê Vinicius Figueira, e a supercampeã do skate Letícia Bufoni ainda precisam confirmar suas vagas.

Por fim, um problema que assola todos os países: a falta de competições internacionais. A vela, por exemplo, é uma modalidade muito difícil de um atleta saber qual nível está quando treina sozinho. As competições são um parâmetro importantíssimo, mas Martine Grael e Kahena Kunze, por exemplo, não competem há oito meses.

Kahena Kunze e Martine Grael  — Foto: Jonne Roriz / COB

Kahena Kunze e Martine Grael — Foto: Jonne Roriz / COB

Os esportes de combate, como caratê, taekwondo, wrestling e esgrima, não tiveram o retorno oficial das competições internacionais. E são modalidades em que o Brasil tem atletas com chances reais de pódio nas Olimpíadas. E, nesses esportes, competir é muito importante, para saber o nível dos adversários e, claro, o atual rendimento dos próprios brasileiros.

Faltando 260 dias para as Olimpíadas, o Time Brasil tem problemas que vão além da pandemia. Lesões e casos de doping podem atrapalhar os planos de chegar a 20 medalhas em Tóquio, que seria um recorde histórico, superando os 19 pódios dos Jogos do Rio.

Nas projeções do blog, o Brasil ainda supera esse recorde e chega aos 20 pódios, mas provavelmente sem atingir os sete ouros, conquistados na Rio 2016. Mas os 20 pódios serão atingidos com um pouco mais de tranquilidade se os machucados e envolvidos com doping disputarem os Jogos de Tóquio.

Por Guilherme Costa — São Paulo / Globoesporte.globo.com

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