Politica
O Centrão na Câmara vem se dividindo frente às movimentações pela presidência da Casa.
Para líder, eleição na Câmara é fator a mais a ser considerado pelo governo
Líder do governo na Câmara dos Deputados, o major Vitor Hugo (PSL-GO) comenta que a divisão de blocos devido às movimentações pela cadeira da presidência da Casa, que terá novo presidente em fevereiro do próximo ano, é um “fator a mais a ser considerado” pelo governo nas negociações por pautas prioritárias do Planalto, “mas não tem influência direta sobre o governo”, segundo o parlamentar.
“É mais um fator a ser considerado. Muitas vezes, (o governo) tem que lidar com blocos diferentes, porque começa a sanear em torno de um candidato ou outro, mas é da política, faz parte”, disse ao Correio na saída do Palácio do Planalto.
O líder esteve na manhã desta terça-feira (4/8) em reunião do ministro Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), articulador do governo, e líderes de bancadas. O DEM, que saiu recentemente do chamado ‘blocão’, liderado por Arthur Lira (PP-AL), estava no encontro.
A pauta prioritária do momento é a medida provisória (MP) 946, que está na Câmara. O governo se preocupa com o texto aprovado no Senado, que amplia os saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) durante a pandemia do novo coronavírus. A MP precisa ser votada até nesta terça, senão perde a validade.
Nas últimas semanas, o Centrão na Câmara vem se dividindo frente às movimentações pela presidência da Casa. Na última semana, o racha ficou ainda mais evidente com a saída do DEM e MDB do chamado ‘blocão’, grupo de partidos liderado por Arthur Lira (PP-AL) e que engloba legendas do Centrão.
Enquanto Lira está de olho na cadeira do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), o atual presidente quer um sucessor para chefiar a Casa Legislativa. O líder do PP se aproximou do Executivo nos últimos meses, em meio às negociações do governo em busca de apoio da Câmara. Mas há legendas que pregam uma maior independência em relação ao Planalto, como é o caso do DEM e MDB.
O encolhimento do Centrão passa a ficar mais evidente – o que dificulta o trabalho do governo, que passa a ter que negociar com mais blocos e mais legendas, e não com um bloco único que tinha 221 deputados antes da saída do DEM e MDB.