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O Palmeiras foi o último clube de Ramires

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Ramires lembra final do Mundial de 2012 e vê Abel como diferencial do Palmeiras contra o Chelsea

Com passagens pelos dois times, volante explica percepção dos europeus em relação à competição e analisa duelo entre Chelsea e Palmeiras na atual edição

Quando Palmeiras e Chelsea se enfrentarem no sábado na final do Mundial de Clubes, um brasileiro passará a limpo um pouco de sua carreira. O volante Ramires, que atuou pelas duas equipes, esteve presente na primeira decisão dos Blues, quando foram derrotados pelo Corinthians em 2012. Dez anos depois, vê no técnico Abel Ferreira o diferencial para que outro paulista supere os ingleses.

– O Palmeiras tem grandes jogadores, mas o diferencial para mim é o fato de que é um time muito bem montado pelo Abel, que entra em campo sempre sabendo bem o que quer, com uma estratégia muito bem definida para cada partida. Acredito que contra o Chelsea não vai ser diferente. O Abel deve ter um plano de jogo em mente e vai condicionar a equipe para fazer isso dentro de campo – analisou Ramires, em entrevista ao ge.

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Ramires em ação pelo Chelsea — Foto: AFP

Ramires em ação pelo Chelsea — Foto: AFP

O Palmeiras foi o último clube de Ramires, que rescindiu o contrato com a equipe em novembro de 2020, pouco mais de um ano após ser contratado. A passagem foi discreta, o oposto do período no Chelsea.

Nos Blues, Ramires atuou de 2010 a 2016. Foi peça importante na conquista da Liga dos Campeões em 2012, que levou a equipe para o Mundial. Para ele, a distância entre o título da Champions e o jogo com o Corinthians foi preponderante para o resultado.

– Eu acredito que se nós tivéssemos jogado o Mundial logo após a conquista do título da Champions teria sido um jogo mais difícil para o Corinthians. Quando chegamos para a disputa a gente já estava vivendo um outro momento, com o time mais mexido – lembrou Ramires.

Ramires na época de Palmeiras — Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Ramires na época de Palmeiras — Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Confira a entrevista com Ramires:

ge: Você estava no elenco do Chelsea em 2012. Como o time se preparou para aquele Mundial e qual era o nível de importância dado pelo clube à competição?

Ramires: Não dá tempo de parar para fazer uma preparação específica pelo fato de ser meio de temporada. A gente acaba focando jogo a jogo e aí na hora da viagem que você começa mesmo a dar mais enfoque nas equipes envolvidas no torneio. Isso é algo inevitável pelo calendário, não tem nada a ver com grau de comprometimento com a disputa.

– Eu posso falar com 100% de certeza somente por mim, mas não vi nada, tanto dentro quanto fora de campo, que me levasse a acreditar que a minha equipe não estava encarando a competição com seriedade. A gente foi para vencer e, por méritos do Corinthians, pelo fato de ser jogo único e também de não estarmos talvez no nosso melhor dia e momento, acabamos sendo derrotados. Era um título que seria inédito para o clube, para mim, então fiquei bastante chateado. Mas eu não mudaria nada do que fiz. Dei o meu melhor para sair com o título.

Como você analisa e como espera que seja a partida entre Chelsea e Palmeiras na final do Mundial?

– O Palmeiras é um time competitivo e muito perigoso quando tem espaço para usar a velocidade do Rony e do Dudu, com o Veiga municiando. Já o forte desse Chelsea, na minha visão, é a grande capacidade de controle que o meio de campo deles tem, com o Jorginho, Kovacic e Kanté, fora a presença do Lukaku, que vive um grande momento. Acredito que vai ser por aí que o jogo vai se desenvolver, com as equipes buscando se prevalecer dessas qualidades.

Ramires em Corinthians 1x0 Chelsea, em 2012 — Foto: Getty Images

Ramires em Corinthians 1×0 Chelsea, em 2012 — Foto: Getty Images

Em comparação com a final de 2012, como você o Chelsea atual?

– Vejo esse Chelsea atual muito forte também. Talvez seja um time com um pouco mais de capacidade de propor o jogo do que era a nossa equipe, já que reconhecidamente a gente tinha como forte a nossa defesa e o nosso contra-ataque em velocidade. Pelos jogos que eu vi da última Champions o time de agora tem no plantel peças para fazer uma variação maior, dependendo do que a partida pedir.

Você acredita que o Chelsea atual valoriza mais o Mundial? Houve essa mudança de percepção em relação ao torneio na Europa?

– Isso é algo difícil de eu falar porque eu não estou vivendo a realidade do clube. O que talvez pese para que nós, sul-americanos, tenhamos essa impressão de que não é tão importante para o clube europeu quanto é para nós vencer o Mundial de Clubes é o fato de que nós nascemos com essa obsessão. Desde de pequeno a gente aprende que isso é o ápice, os torcedores se provocam entre si pelo fato de ter ou não o título mundial, e provavelmente isso é diferente do restante do mundo.

Por Felipe Schmidt — Rio de Janeiro

Ge.globo.com

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