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O rubro-negro criou muito pouco contra o até então lanterna do Brasileirão.

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Flamengo revisita problemas crônicos com Sampaoli no empate com o Coelho

Em comparação ao pobre futebol apresentado pelo elenco mais caro do país até abril, Jorge Sampaoli conseguiu melhorar o nível do Flamengo. Mas os quase 100 dias de trabalho até aqui, não foram suficientes para aumentar o repertório de jogadas diante de defesas fechadas. O mesmo cenário do empate em 1×1 diante do América já foi visto contra Corinthians, Botafogo, Cruzeiro e Racing. Assim como o efeito cascata que vem na sequência.

O rubro-negro criou muito pouco contra o até então lanterna do Brasileirão. Não aproveitou a imensa superioridade técnica que possui em relação ao adversário. O tempo foi passando, o gol não saiu, e o nervosismo tomou conta dos donos da casa, que voltaram a oferecer os já conhecidos espaços na hora de defender. O gol salvador de Victor Hugo nos acréscimos não apaga a má atuação.

Escalações

Depois de mais de 13 meses, o histórico quarteto ofensivo formado por Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol voltou a iniciar uma partida. Gérson atuou ao lado de Allan como volante. Fabrício Bruno foi preservado. David Luiz e Léo Pereira formaram a zaga de Sampaoli. Bruno Henrique esteve fixo pela esquerda, e Ayrton Lucas não avançou com tanta frequência pelo corredor externo.

Já Vágner Mancini não teve Marlon, Danilo Avelar e Lucas Kal. Montou um time teoricamente bem ofensivo. Daniel Guedes e Nicolas nas laterais. Alê e Benitez ao lado de Martinez no meio – Juninho começou no banco. Paulinho Bóia e Pedrinho nas pontas. Everaldo e Felipe Azevedo entre os reservas. Um 4-3-3 ousado.

Como Flamengo e América iniciaram o jogo válido pela 16ª rodada do Brasileirão 2023 — Foto: Rodrigo Coutinho

Como Flamengo e América iniciaram o jogo válido pela 16ª rodada do Brasileirão 2023 — Foto: Rodrigo Coutinho

O jogo

Os primeiros minutos passaram a sensação de que seria um massacre do Flamengo. Com uma marcação bem encaixada na saída de bola do América, e ótimas flutuações de Everton Ribeiro nas costas do meio-campo, o rubro-negro teve duas grandes chances antes dos 10′, mas parou em Mateus Pasinato.

O Coelho fazia uma ”meia-pressão” dentro do campo rubro-negro, que atraía os atacantes mineiros e encontrava ótimos passes para Everton Ribeiro nas costas de Alê. Nicolas não o acompanhava neste movimento da direita para o centro. Alê vigiava Arrascaeta. Martinez seguia Gérson e Benitez marcava Allan.

Os visitantes entenderam isso e passaram a recuar o bloco de marcação. Dar menos espaços entre os setores, acumular jogadores perto da área defensiva. As coberturas ficaram próximas e o combate mais ajustado. Quebrou o ritmo do Flamengo, que passou a errar mais que o normal ao tentar os passes verticais, seja a partir dos zagueiros ou do goleiro Matheus Cunha.

Nicolas, lateral do América-MG, em disputa com Arrascaeta, do Flamengo — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Nicolas, lateral do América-MG, em disputa com Arrascaeta, do Flamengo — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Com a bola, o América conseguia ser agressivo. Benitez teve boas ações na intermediária rival. Martinez também. E Pedrinho era o homem mais acionado nos contra-ataques pela esquerda. Dava trabalho a Wesley, mas errava o passe final.

O mesmo pode ser aplicado ao Coelho, que tem a pior defesa do campeonato, mas conseguiu proteger melhor a sua última linha, e isso fez com que Éder e Maidana tivessem rendimentos mais precisos. Faltava, porém, intensidade e coordenação aos rubro-negros nos movimentos ofensivos.

Outro detalhe importante de mérito defensivo do América foi o trabalho de marcação de Pedrinho em Wesley. O lateral rubro-negro ataca sempre bem aberto pela direita, basicamente ”agride” a defesa rival o tempo todo, e o atacante americano o acompanhou até o final, causando a sensação de uma linha de cinco atrás às vezes.

Na 2ª etapa, Sampaoli soltou um pouco mais Ayrton Lucas. E Bruno Henrique se aproximou de Gabigol. Arrascaeta e Gérson intensificaram suas ações, e passaram a jogar mais próximos após a entrada de Victor Hugo. O time teve uma pequena melhora. Gabriel Barbosa perdeu boa chance, mas os mineiros seguiam competitivos.

Léo Pereira em Flamengo x América-MG — Foto: André Durão

Léo Pereira em Flamengo x América-MG — Foto: André Durão

Mancini trocou seus meias e atacantes. Ganhou fôlego. Manteve a defesa bem organizada e aproveitou as péssimas transições defensivas do Flamengo. Juninho, Rodrigo Varanda e Martinez brincaram de encontrar espaços. Nem a entrada de Pedro fez os anfitriões aproveitarem os muitos cruzamentos forçados na área.

Rodrigo Varanda chegou a ter um gol bem anulado. Matheusinho perdeu grande chance e Felipe Azevedo fez o gol americano. Mesmo com só 34% da posse de bola, os mineiros terminaram a partida com o mesmo número de finalizações dos cariocas. Poderia ter voltado para casa com a primeira vitória fora no campeonato

O melhor e o pior em campo

Rodrigo Varanda foi o destaque da partida! Entrou com as ”pernas frescas” diante de defensores mais lentos e cansados, além de expostos. Teve um gol bem anulado. Iniciou o contra-ataque do gol e infernizou a defesa rubro-negra em diversas outras jogadas. Seja pela direita, posição que teve inicialmente, ou pelo centro do ataque, onde passou a jogar depois, foi bastante eficiente.

Já o lateral-direito Wesley não teve uma boa atuação pelo Flamengo. Afobado demais! Errou decisões importantes no ataque. Esteve mal no combate direto a Pedrinho. Dentro das oscilações que vive, teve uma tarde de baixa.

Por Rodrigo Coutinho — Rio de Janeiro/RJ

Ge.globo.com

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