Esporte
O São Paulo tem dois problemas para resolver se ainda sonha em conquistar o Brasileirão
Tricolor perde quatro pontos em quatro dias e desperdiça chance de assumir a liderança
Análise: oscilações e falta de opções no banco podem tirar São Paulo da briga pelo Brasileirão
O São Paulo tem dois problemas para resolver se ainda sonha em conquistar o título do Campeonato Brasileiro nesta temporada: a oscilação nos jogos e a falta de opções no banco de reservas. O próximo desafio? O Bahia, sábado, às 19h, em Salvador, pela 23ª rodada.
No empate por 1 a 1 da última quarta-feira contra o Ceará, no Castelão, em jogo atrasado da 16ª rodada, esses dois fatores foram cruciais para que o Tricolor não saísse com os três pontos e pudesse colar na liderança – o time é o terceiro, com 38 pontos e agora com dois jogos a menos.
A oscilação é algo que acompanha o São Paulo durante toda a temporada. Jogo sim e jogo não, a equipe comandada por Fernando Diniz faz um primeiro tempo muito bom e um segundo tempo muito ruim (e vice-versa).
Contra o Ceará foi a vez de fazer um primeiro tempo bom e um segundo tempo abaixo.
Essa falta de regularidade já custou pontos importantes ao time não só no Brasileirão, mas também nas eliminações do Campeonato Paulista e da Copa Sul-Americana. Algo que o técnico Fernando Diniz insiste em dizer nas entrevistas coletivas que precisa melhorar, mas ainda não conseguiu.
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Fernando Diniz em Ceará x São Paulo — Foto: Miguel Schincariol / saopaulofc.net
Contra o Vasco, no último domingo, o São Paulo deixou outros dois pontos para trás na mesma tônica. Pode ter o entendimento que isso faz parte de algum tipo de cansaço do elenco, que vem em uma maratona de jogos nos últimos meses. Diniz, porém, rechaça essa hipótese:
– Quanto ao cansaço, eu não achei que o time esteve cansado em momento nenhum, muito pelo contrário. É muito difícil jogar aqui (no Castelão), eles costumam deixar a grama mais alta, o campo mais seco, mais úmido e mais quente. Não vejo motivo para questionar se o time está cansado, muito pelo contrário. Semana passada ganhamos de 3 a 0 do Flamengo, um jogo abaixo contra o Vasco e hoje aqui o time correu do início ao fim do jogo.
Não se pode isolar o fato que dentro dessas oscilações o São Paulo também conseguiu vitórias importantes. No entanto, um time que almeja o título brasileiro não pode se dar ao luxo de construir vitórias dessa maneira.
Opções no banco
A falta de jogadores no banco de reservas para mudar o ânimo ou até o estilo do São Paulo jogar é outra coisa que pode minar o caminho do São Paulo nessa corrida pela taça.
Após encontrar um time base, Fernando Diniz geralmente não costumar mudar muitas peças. Ele costuma dizer que “as trocas não têm que ser normais, têm que ser boas”.
E geralmente, três serão realizadas em praticamente todos os jogos: as entradas de Vitor Bueno, Tchê Tchê e Pablo. Isso porque não há muitas outras opções de qualidade no banco, e Diniz também não se mostra muito favorável a dar um tempo maior de jogo a outros atletas.
Jogadores do São Paulo no Castelão — Foto: Miguel Schincariol / saopaulofc.net
As opções de velocidade pelas pontas, por exemplo, praticamente não existem. Depois que Antony deixou o clube, Helinho seria esse sucessor. No entanto, não rendeu o esperado e foi emprestado ao Red Bull Bragantino. Paulinho Boia passou mais de um mês lesionado, mas também não é um jogador que vai decidir o jogo. Já Toró é pouco utilizado.
No ataque, Pablo sempre é a bola de segurança para o segundo tempo. Tréllez e Gonzalo Carneiro só entram no desespero. Galeano, do sub-20, foi relacionado e entrou contra o Ceará, mas Diniz já sinalizou que ele não deve ser tão utilizado.
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O meio de campo armador, por sua vez, quase não tem substitutos no banco. Quando Igor Gomes ou Gabriel Sara não podem jogar, o São Paulo precisa mudar sua maneira de atuar e o meio fica vulnerável.
Claro que com os 11 titulares e com trocas pontuais o São Paulo pode ir longe no Campeonato Brasileiro e também conquistar a Copa do Brasil, na qual está na semifinal, contra o Grêmio. Porém, em uma temporada atípica e de jogos atrás de jogos, a falta de opções é um sinal de alerta para o Tricolor.
Por Eduardo Rodrigues — São Paulo / Globoesporte.globo.com