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O Timão perdeu ainda inexplicáveis dois pontos na estreia contra o River Plate do Paraguai.

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Timão usa equipe B contra o Peñarol, cai na Sul-Americana e agora joga fichas no Estadual

Análise: Corinthians fracassa no Uruguai ao apostar no Paulistão como único caminho viável

Muita gente lamentou quando o Corinthians ficou fora da zona de classificação da Libertadores via Brasileirão-2020. Mas a verdade é que, hoje, olhando a realidade do clube, foi bom assim.

O Timão foi eliminado na fase de grupos da Sul-Americana com duas rodadas de antecedência.

O time de Vagner Mancini até teria chance de ir mais longe em outra situação, mas encontrou dois problemas em 2021: um regulamento que classifica só o primeiro colocado para o mata-mata e um Peñarol muito mais sólido. Em quatro jogos, o time uruguaio segue 100%, com 14 gols marcados.

O Corinthians tem quatro pontos e já não alcança o Peñarol. Foram seis pontos perdidos para eles, com a derrota por 2 a 0 na Neo Química Arena e a goleada por 4 a 0 em Montevidéu, nesta quinta-feira.

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O Timão perdeu ainda inexplicáveis dois pontos na estreia contra o River Plate do Paraguai. Só venceu o frágil Sport Huancayo. Terá ainda dois jogos amargos para cumprir tabela na competição, contra esses dois rivais citados. A classificação, porém, era tão improvável quanto a chance de depois seguir avançando nas fases seguintes.

Num ano de corte de gastos e nenhum investimento em reforços, pensar num título não passava pela cabeça da diretoria. A ideia era só ganhar o máximo possível em premiação em dólar.

A proximidade das finais do Campeonato Paulista, porém, deu um sabor doce na boca da comissão e da diretoria. Por mais um ano, o Estadual passa a ser o projeto de alegria. Vencê-lo dá alguns dias de paz. Mesmo com altos e baixos, o time venceu em 2018 e 2019. Em 2020, caiu nos pênaltis para o Palmeiras. Mesmo que não mantenha o nível depois, pode-se viver um bom momento.

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Gol do Peñarol contra o Corinthians — Foto: Staff Images/Conmebol

Gol do Peñarol contra o Corinthians — Foto: Staff Images/Conmebol

Mancini acha o time… mas não usa

Entre uma derrota e outra para o Peñarol, Vagner Mancini achou o time ideal do Corinthians. Mas, por uma série de circunstâncias, não conseguiu colocá-lo em campo. O principal motivo, claro, foi a maratona de jogos. A bizarra sequência tirou do Timão a chance de ser mais competitivo no Uruguai.

O Corinthians do 3-6-1, escalado assim por Mancini contra São Paulo, Huancayo e Inter de Limeira, tornou-se um time interessante. Trata-se de uma equipe com laterais ofensivos, zagueiros construtores, meio-campo combativo, Luan inspirado e um centroavante (Cauê) em crescimento.

O Corinthians B, levado por Mancini para entrar em campo no jogo mais difícil da chave e escalado de uma forma que já não vinha rendendo nos últimos jogos, mostrou mais uma vez seus defeitos, suas fragilidades e deu sinais de que o momento ruim de alguns jogadores precisa oxigenar o elenco. Jô, mais uma vez, passou despercebido. Defensivamente, a linha de quatro não funcionou.

Com 14 minutos, o Timão já perdia por 2 a 0. O Timão se apresentava num 4-1-4-1. O lado esquerdo da defesa, com Fábio Santos e Gil, sofreu muito com a juventude de Facundo Torres, o craque do time.

Fábio Santos sofreu para marcar Facundo Torres, um dos melhores do Peñarol — Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Fábio Santos sofreu para marcar Facundo Torres, um dos melhores do Peñarol — Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Com a pressão avassaladora do Peñarol, que teve ainda uma bola na trave, Xavier recuou mais e o time ficou com uma linha de cinco. A mudança surtiu efeito, e o Corinthians conseguiu alguns ataques no primeiro tempo. Roni, por exemplo, recebeu passe de Mosquito e chutou bola que triscou a trave.

O segundo tempo veio, Mancini fez algumas mudanças com Otero, Léo Natel, Lucas Piton e Adson. O time levou mais dois gols e, com o placar definido, até ficou mais com a bola e criou algum volume, mas o Corinthians no Uruguai jamais foi um time capaz de ameaçar a ótima equipe do Peñarol.

O foco total agora é tentar desbancar os rivais em busca do 31º título paulista. Tiago Nunes fazia um trabalho ruim em 2020 e quase conseguiu, parando nos pênaltis contra o Palmeiras. Vagner Mancini, questionado pelos torcedores nas redes sociais, joga todas as suas fichas nesta chave de virada.

Ser campeão, como sabemos, pode dar a Mancini a popularidade necessária para ao menos entrar no Brasileirão com mais confiança e maior capacidade de tomar decisões importantes, com o afastamento de jogadores que não vêm rendendo e a real aposta em jovens que pedem passagem.

Mancini achou um novo esquema, um novo time. É hora de investir no que vem dando certo.

Por Marcelo Braga — São Paulo / Foto: Staff Images/Conmebol

Globoesporte.globo.com

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