Esporte
Oito dos 11 titulares do título de 2019 vão estar em campo contra o Inter
Bagagem campeã x longo jejum: Flamengo usa experiência para tirar pressão de “final” com o Inter
Isla é único sem Brasileirão no currículo entre titulares do clube carioca, que levantou sete troféus após a última vez do Colorado, em 1979. Ceni, Diego e Everton Ribeiro somam três títulos cada
Um jogo tenso, decisivo e que fará com que a semana passe mais lentamente para rubro-negros e colorados. Roteiro familiar para boa parte do elenco do Flamengo, que aposta na bagagem vencedora para se preparar com tranquilidade até enfrentar o Inter, domingo, às 16h (de Brasília), no Maracanã. De um lado, o atual campeão. Do outro, um rival que não conquista o Brasileirão há 41 anos.
Oito dos 11 titulares do título de 2019 vão estar em campo contra o Inter — Foto: Buda Mendes; 2019 Getty Images
E é nesse retrospecto que o Flamengo se apoia para diminuir a pressão de ter que vencer para se tornar líder e depender apenas de si para conquistar o campeonato na última rodada. O ambiente de decisão se tornou habitual para um time que tem dez campeões do Brasileirão entre os titulares, outros oito no banco de reservas e o tricampeão Rogério Ceni no comando.
Da equipe que iniciará a partida válida pela 37ª rodada, apenas Maurício Isla nunca levantou o troféu mais importante do Brasil. Até porque, trata-se da estreia na competição para o chileno que tem no currículo dois títulos italianos pela Juventus.
Campeões do Brasileirão no Flamengo
- 3 títulos – Everton Ribeiro, Diego Ribas e Rogério Ceni
- 1 título – Hugo, Rodrigo Caio, Filipe Luís, Willian Arão, Gérson, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol
- 8 campeões em 2019 entre reservas e lesionados (Diego Alves, César, Gabriel Batista, João Lucas, Renê, Thuler, Pepê e Vitinho)
A rodagem rubro-negra passa também pela dificuldade de vencer campeonatos em sequência. Além de Ceni, tricampeão consecutivo como goleiro e capitão do São Paulo, Everton Ribeiro e Diego somam três conquistas, e o camisa 7 foi o maestro do último bicampeão brasileiro, o Cruzeiro de 2013 e 2014.
“Esses atletas já são experientes em situações como essas, viveram muito isso nos últimos dois anos. O foco não será perdido, será mantido. Foco é algo que não falta aqui”
– Pode acontecer de em um jogo ceder o empate, mas não é por foco, é por erro. É um time que tem cabeça no lugar, pés no chão. Entendemos a felicidade, a euforia do torcedor, mas é uma decisão que começa no Maracanã e, Deus queira, termina no Morumbi – disse Rogério Ceni após a vitória sobre o Corinthians.
A situação do Flamengo contrasta com o desejo do Inter de fazer história e encerrar uma longa seca. Tricampeão, o Colorado não leva o Brasileirão desde 1979, quando se tornou o único vencedor invicto da competição. Curiosamente, no ano seguinte o clube carioca foi campeão pela primeira vez.
Campeões do Brasileirão no Inter
- 1 título – Lomba, Rodinei, Moisés, Edenilson e Abel Braga
- 2 campeões entre reservas e lesionados (Danilo Fernandes e Uendel)
* Paolo Guerrero participou de dois jogos pelo Corinthians em 2015, mas disputou todo restante da competição pelo Flamengo.
Ao longo dos 41 anos de jejum, o Flamengo ficou com o título em sete oportunidades e duas delas tendo justamente o Inter como vice: na polêmica Copa União de 1987, ano em que o Superior Tribunal Federal determina que o Sport é o legítimo campeão do Brasileiro, e em 2009, quando venceu o Grêmio para erguer o troféu na última rodada.
Atualmente no Inter, Rodinei foi campeão pelo Flamengo em 2019 — Foto: Jorge R Jorge/BP Filmes
Individualmente, o Inter também tem poucos nomes que ostentam o título nacional. Marcelo Lomba, em 2009, e Rodinei, em 2019, foram campeões defendendo justamente o Flamengo. Além deles, Moisés, Edenilson, Danilo Fernandes e Uendel levantaram o caneco em anos distintos pelo Corinthians, enquanto Abel Braga foi o treinador do Fluminense em 2012.
Estatísticas e coincidências postas na mesa, o Flamengo aposta na experiência para diminuir a pressão, enquanto o Inter tem a vantagem do empate a seu favor. Separados por um ponto (69 a 68), cariocas e gaúchos têm ingredientes de sobra para um jogão no próximo domingo.
Por Cahê Mota — Rio de Janeiro