Esporte
Pedro celebra o gol do Flamengo contra o Goiás
Com quatro gols em cinco jogos, Pedro capta estilo de Paulo Sousa e volta a embalar no Flamengo
No início do trabalho, treinador e jogador tiveram expectativas frustradas, mas conversas e treinamentos fazem centroavante entregar mais intensidade e combatividade
Pedro, enfim, voltou a viver um bom momento com a camisa do Flamengo. São quatro gols nos últimos cinco jogos, sorrisos aos montes e uma movimentação incomum em relação à sua trajetória como profissional. Contra o Goiás, além de ter marcado, saiu bastante da área e participou intensamente do combate inclusive no campo de defesa (veja o mapa do Footstats abaixo).
A postura vista no sábado é um reflexo do que ele tem feito nos treinamentos recentemente. Pedro frustrou-se nas últimas temporadas por não ter sido recompensado da maneira que esperava em momentos de grande destaque no Flamengo.
Pedro se mexeu bastante durante o jogo do Flamengo com o Goiás e não ficou preso na área — Foto: Footstats
Aos 16 min do 1º tempo – gol de dentro da área de Pedro do Flamengo contra o Goiás
Após o gol marcado contra o Altos no jogo de ida da Copa do Brasil, desabafou à beira do campo deixando o futuro na Gávea em aberto e depois fez uma postagem citando “sombras de 2020 e 2021” que o fizeram cair de rendimento.
As “sombras” se referem ao fato de não ter conseguido continuidade como titular após um 2020 em alto nível e também em função de o Flamengo não tê-lo liberado para a Olimpíada do Japão. Pedro encheu-se de expectativa em 2022 ao ver Paulo Sousa, ainda de Portugal, dizer que iria utilizá-lo ao lado de Gabigol e Bruno Henrique. A projeção do treinador não saiu do discurso, e a esperada sequência não veio.
Não ter sido utilizado na Supercopa do Brasil, contra o Atlético-MG, foi um dos fatos que o fez baixar a guarda momentaneamente.
Mas não só Pedro se frustrou. Paulo Sousa, que já havia tentado levar o centroavante para o Bordeaux, imaginava que teria em mãos um jogador de outras características. Queria mais movimentação e participação na construção ofensiva do Flamengo.
Com a quebra de expectativa mútua, Pedro sentiu e jogou mal por algumas partidas. As oportunidades escassearam, mas conversas com Paulo Sousa antes dos jogos com os Atléticos, pelo Brasileiro, fizeram bem aos dois lados.
Paulo deu um toque no comandado e o alertou que ele caíra de produção após uma ótima pré-temporada marcada por excelente índices físicos. Pedro entendeu o recado e passou a dar mais de si nos treinamentos. A reação rendeu elogios não só do treinador, mas de auxiliares.
Pedro faz reverência para os companheiros que estavam no banco do Flamengo — Foto: André Durão
De abril em diante, Pedro cresceu nos treinamentos e passou a entregar o que Paulo pedira. Começou a trabalhar mais a pressão na saída de bola adversária e no ataque aos espaços, comportamentos que fez constantemente contra o Goiás.
O encaixe das ideias de Paulo com o estilo de Pedro começou a se solidificar em maio. Desde o início do mês, o Flamengo jogou sete vezes, e o centroavante foi utilizado em cinco jogos, dois deles como titular, contra Altos, no Piauí, e diante do Goiás, no último sábado.
Fez gols contra o Altos (2 a 1), Talleres (2 a 2), Universidad Católica (3 a 0) e Goiás (1 a 0). No cinco jogos com Pedro em campo, o Flamengo não perdeu e teve 86,6% de aproveitamento (quatro vitórias e um empate).
Pedro abre os braços para comemorar o gol do Flamengo contra o Goiás — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
Se os primeiros gols dessa série foram comemorados de forma contida, contra o Goiás o sorriso de Pedro saiu do rosto de vez. Vibrou muito, cerrou os punhos e foi para a torcida fazer a reverência.
Abraçou Gabigol, Arrascaeta, Bruno Henrique e Matheuzinho de cara. Foi na direção dos reservas e mais reverência. Essa vez com Pedro e os companheiros fazendo.
Para completar, abraçou Paulo Sousa e ganhou um carinho na cabeça. Cabeça boa, no lugar e com objetivo de voltar a vencer no clube do coração.
Pedro abraça Paulo Sousa na comemoração do gol do Flamengo contra o Goiás — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Por Fred Gomes — Rio de Janeiro