Esporte
Renato Gaúcho respira aliviado. No confronto direto com o líder do Campeonato Brasileiro, o Atlético-MG
Técnico afirma que, enquanto houver chance, brigará pelo Brasileiro, critica imprensa, e comenta maratona em novembro com final da Libertadores: “Não vai mudar em nada”
Renato diz ser vacinado contra “críticas exageradas” no Flamengo: “Sou a fortaleza deles, o muro deles”
Depois de ser xingado, ouvir gritos pela volta de Jorge Jesus e entregar o cargo na sequência de uma eliminação traumática na semifinal da Copa do Brasil, Renato Gaúcho respira aliviado. No confronto direto com o líder do Campeonato Brasileiro, o Atlético-MG, o Flamengo mudou de estilo, mostrou uma melhora defensiva, e conseguiu garantir a vitória no Maracanã por 1 a 0.
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Mas nem tão aliviado assim. Renato reclamou do que considerou “críticas exageradas” e se colocou como “muro” para o elenco rubro-negro:
– Eu já sou vacinado. Eu não caí de para-quedas no futebol. Não sou contra crítica, só achei no geral as críticas exageradas para todo mundo. Por isso assumi a culpa na quarta-feira. Pode criticar. O que criticou quarta vai nos elogiar amanhã. Faz parte. É paixão. Muitas pessoas gostam do circo pegando fogo, muitas pessoas ganham dinheiro em cima de crítica, no clique. Isso que passei ao grupo: “Sou a fortaleza de vocês, o muro de vocês”. Pode bater em mim à vontade.
Na avaliação de Renato, o Flamengo teve uma boa atuação e soube anular as principais jogadas do rival. O time teve uma alteração de última hora na zaga, já que Rodrigo Caio sentiu e virou desfalque no aquecimento para a partida. Questionado sobre a maratona de jogos que virá pela frente em novembro, incluindo a decisão da Libertadores, ele afirmou:
– Não vai mudar em nada a nossa maneira de trabalhar, até porque, pelo menos no meu pensamento, não é só nesse mês que vamos jogar a cada três dias, estamos jogando há muito tempo, e a cada três dias uma decisão. Então as pessoas não podem olhar só para frente, tem de olhar um pouco para trás. Tem pessoas inteligentes aqui dentro, temos trocado ideias, estamos na briga pelo Brasileiro e enquanto tiver chance, vamos brigar.
Questionado sobre a entrega do cargo após a eliminação na Copa do Brasil, ele preferiu não dar detalhes, mas não negou:
– Tem coisas que eu prefiro que fique internamente. Sempre converso bastante com o Braz (Marcos Braz, vice de futebol), o Bruno (Spindel, diretor de futebol), são pessoas que estão diariamente e nos ajudam bastante, o Flamengo precisa muito dessas pessoas, troquei algumas ideias com eles, mas não quero entrar em detalhes. Também tive uma conversa muito boa com o presidente no CT. Mas prefiro que fique entre quatro paredes. São pessoas que precisam ouvir o que tenho a falar, e para poder escutá-las também.
Renato Gaúcho no duelo entra Flamengo e Atlético-MG no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro — Foto: André Durão
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Gabigol
– Não vejo problema com o Gabriel. Tem treinado, se dedicado, é profissional. Todo jogador tem uma fase que não é tão boa. Aconteceu um tempo atrás com o próprio Pedro. Eu falei para ele (Gabriel), que estava todo mundo falando que o Pedro estava 10 jogos sem fazer gol. Falei para ele: “tranquilidade, calma, não vai desaprender”. E ele começou a fazer gols. A mesma forma o Gabriel. Daqui a pouco a bola vai cair para ele, e ele vai fazer gols, e ainda vai nos ajudar bastante.
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Departamento médico
– Eu sempre falo para vocês que nós temos pessoas inteligentes dentro do clube que troco bastante ideia. Sempre troco ideias com o Juan, com o Fabinho. São pessoas que eu tive o prazer de jogar com eles, e eles estão no dia a dia com a gente. A gente sempre procurar fazer o melhor para o clube. Tem muita gente, eu falo, que pega alguma coisa, joga no ventilado, fala alguma coisa lá fora sem ter as informações de dentro. O Flamengo é muito grande, e tem uma pressão para todos os profissionais. Se tem alguma coisa que precise corrigir ou mudar, nós profissionais do Flamengo mudamentos internamente.
– Conversamos, mudamos, a gente faz o melhor para o clube. A gente não vai para rádio, jornal, televisão falar o que a gente está fazendo. O torcedor pode ficar tranquilo. Se tem alguma coisa… tem muita gente falando. Se tem alguma coisa a gente vai mudar para o bem do clube. Não tenho queixa nenhuma. A gente tem trabalhado. Acontece, é Flamengo. Sempre comparei com a Seleção Brasileira. É muito cobrado. Não adianta ficar ouvindo, escutando, jogando no ventilador. Não tenho problema nenhum com a preparação física nem departamento médico.
David Luiz
A gente tem conversado bastante, ele está seguindo risco o que foi determinado. Ele está bem, já está treinando com o grupo, o torcedor pode ficar tranquilo que já já estará em campo.
Entrega em campo
Falei isso para o grupo no vestiário. Tem jogos que você não está bem tecnicamente. E o que nunca vou deixar de cobrar é a entrega. Entrega nós tivemos hoje. A gente enfrentou uma grande equipe, brigamos e conseguimos resultados. Bonito a equipe jogar bem, criar situações e ganhar a partida. Mas nem sempre é possível. O próprio Atlético não teve grande chances de gol. Foi uma entrega grande e conseguimos o resultado que dá condições de continuar brigando no Brasileiro.
Ramon reserva imediato de Filipe Luís?
– Todo jogador que está no Flamengo é titular e reserva também. Eu tenho um grupo e nunca vou falar que este jogador é titular ou reserva imediato. São fases. Tenho 3 bons laterais. O Filipe Luis é um dos melhores laterais do mundo. É muito inteligente.Tenho s 2 bons que jogam na mesma posição, que é o Rene e o Ramon e preciso dos três. Como do outro lado tenho Matheuzinho, isla e Rodinei. Nem todo mundo vai poder jogar todos os jogos. Tenho um grupo e dependendo do que a gente precisa vai jogar A, B ou C.
Torcida
– O torcedor está de parabéns. Na quarta dei razão para o torcedor. É paixão, ele quer ganhar sempre. Mas nem sempre é possível. Por isso tem profissionais no clube. A gente precisa pensar. o torcedor reage só com o coração. Tem hora que o resultado não aparece e o torcedor cobra. Hoje o torcedor foi fantástico, essa energia a gente precisa. enquanto tiver chance a gente vai atrás. Hoje, foi uma demonstração, entrega muito grande. Brigamos com adversário poderoso, líder do brasileiro, na final da copa do brasil. Hoje medimos força e saímos vencedores, porque tivemos essa energia. Sempre que possível o torcedor deve vir ao maracanã e trazer essa energia, precisamos muito dela. Enquanto tiver chance, vamos correr atrás. Hoje reduzimos tres pontos do Atlético, e faltam muitas rodadas. Já vi muita acontecer.
Críticas
– Eu já sou vacinado. Eu não caí de para-quedas no futebol. Não sou contra crítica, só achei no geral as críticas exageradas para todo mundo. Por isso assumi a culpa na quarta-feira. Pode criticar. O que criticou quarta vai nos elogiar amanhã. Faz parte. É paixão. Muitas pessoas gostam do circo pegando fogo, muitas pessoas ganham dinheiro em cima de crítica, no clique. Isso que passei ao grupo: “Sou a fortaleza de vocês, o muro de vocês”. Pode bater em mim à vontade. A única coisa que o torcedor pode ficar tranquilo é que a gente vai trabalhar para conquistar resultado. Tem gente que vive a cada três dias, jornalistas, alguns. Eles vão conforme o vento. Ganhou é bom, perdeu, ninguém é bom. Eu passo para o grupo, vale o que passo para eles, não o que vem de fora. Independente. O jornalista correto pode fazer crítica, nós aceitamos, mas a crítica verdadeira. Não a crítica em que a cada três dias o cara muda de opinião.
– O Flamengo ficou 40 anos sem disputar uma final de Libertadores, ganhou 2 anos atrás. E o Flamengo pode em 3 anos ganhar um tricampeonato da Libertadores. Quantos clubes têm isso? Dia 27 o Flamengo está lá. Vai disputar uma final com o Palmeiras, que não é de estadual. É para poucos. O Flamengo está lá no dia 27. Enquanto isso a gente precisa da ajuda e da energia do torcedor no Brasileiro.
Michael
– Muita gente acha que o Flamengo não tem parte tática. Acho engraçado que até 15 dias atrás, quando o Flamengo estava ganhando todo mundo, o time era quase perfeito. Tinha técnica, físico, tática. Bastou a gente não ganhar dois, três jogos que o Flamengo não tinha mais nada. O Flamengo tem maneiras de jogar. Hoje pegamos o Atlético-MG time poderoso e jogamos para dentro deles. Praticamente jogamos com quatro atacantes fixos. Na hora de atacar tinha quatro jogadores contra a zaga adversária, e na hora de defender eles ajudavam na marcação. Você não pode ter 4, 5 que somente atacam ou quatro, cinco que só defendem. Nós temos um grupo. E no momento que a gente estiver atacando, todo mundo vai se ajudar. Nossa marcação sempre começa nos atacantes. Não tivemos a posse que estamos acostumados, mas conseguimos o resultado que interessava.
Léo Pereira
– A gente treina o Léo como a gente treina o grupo todo, para fazerem o melhor deles. O jogador não entra para jogar mal. Todo jogador entra para dar o máximo de si, para ajudar o time. Alguns jogadores jogam determinados jogos melhor, mas assim é o futebol. A gente não vai treinar um, dois, três ou metade do grupo para jogar determinado jogo bem. A gente treina o grupo no dia a dia sempre que tem tempo, está difícil de arrumar, para darem o máximo. Não é só o Léo Pereira não, mas a gente fica muito feliz quando o jogador vai para o campo e joga bem, mas trabalhamos o grupo todo.
Por Redação do ge — Rio de Janeiro