Esporte
Representantes das cinco regiões do país, 2021 da Série B do Brasileiro
A melhor Série B de todos os tempos
Cinco campeões da elite, 12 títulos, três gigantes… Segundona começou, mais estreia foi morna
Botafogo, Cruzeiro, Vasco. Além deles, Guarani e Coritiba, também campeões da elite outrora. Representantes das cinco regiões do país. Nomes famosos como Rafael Sobis, Gum, Camilo, Ricardo Oliveira, Denilson, Diego Cavalieri, German Cano, entre outros. Só isso já garantiria à edição 2021 da Série B do Brasileiro a expectativa de que seja a melhor de todos os tempos, com ou sem pontos corridos. Nesta sexta a bola começou a rolar e eu comentei para o Sportv o primeiro jogo, Brasil-RS x Londrina, no remodelado estádio Bento Freitas. O jogo não correspondeu à expectativa, foi morno, não teve gols. Mas isso não diminuiu nem um pouco minha expectativa. O Londrina, desde o fim do primeiro tempo com um a menos, mostrou mais estrutura. Mas o Brasil, mais intenso, teve duas chances claras para decidir – e desperdiçou. Empate justo.
Naquelas listas de favoritos comuns nos dias que antecedem os campeonatos, não incluí nenhum dos dois entre candidatos a acesso, muito menos a título. O Brasil, se não reforçar o elenco, pode sofrer e ter de conviver com a ameaça da degola, mas o Londrina certamente fará um campeonato digno. Este ano foi, na gestão de seu presidente, Sérgio Malucelli, o que recebeu mais investimentos – não é garantia de nada, ou o time da Bolsa de Valores seria campeão todo ano, mas ajuda. E com o técnico Roberto Fonseca, que retornou ao Tubarão no início do Paranaense, o Londrina quase chegou à Série A em 2018.
Tinha eu a curiosidade de ver algum efeito do mês inteiro de preparação do Brasil – pré-temporada que é artigo de luxo no calendário caótico da pandemia. Mas o técnico Claudio Tencati não é mágico, e sem material humano não dá para montar um grande time. E o Londrina, que divide a Série B com a reta final do Paranaense, mais cansado, mostrava-se mais estruturado. Depois que o Tubarão conseguiu uma ou duas jogadas mais agudas, Jarro e Paulo Victor abriram mão de atacar e compuseram uma segunda linha de marcação. E aí ninguém conseguiu chegar perto do gol. A única “novidade” foi a expulsão justa do lateral Felipe – que deixou o Londrina com 10 homens, e que quase resultou na vitória do Brasil.
No segundo tempo, o Brasil foi mais ousado, mas não tinha organização, era correria e bola na área, o que apenas consagrava os zagueiros do Londrina. O jogo passou a ser disputado na intermediária de ataque do Brasil, mas o Tubarão só começou a correr riscos quando o lateral Kevin estreou, substituindo Artur. Ele tomou conta do lado esquerdo e os centros passaram a virar passes. Cristian entrou livre e Cesar salvou, Augusto tirou uma bola um cima da linha… mas o que poderia ser 2 a 0 para o Brasil terminou mesmo com um pontinho para cada lado.
Não teve gol mais ainda vai ter muita emoção nesta Série B. E só para dar uma ideia do gigantismo dessa competição, na segunda rodada o Brasil enfrenta o Remo. De Pelotas a Belém, são “apenas” 4.261 quilômetros. Se a viagem fosse feita de ônibus – como volta e meia acontece no futebol em trajetos mais curtos – seriam dois dias mais 8 horas, sem parar. Uma longa estrada, como é o futebol, como é a vida… como é a Série B.
Por Ricardo Gonzalez
Globoesporte.globo.com