Esporte
Richarlison tem 14 convocações. A última vez em que esteve com a Seleção foi na Copa América de 2021.
Richarlison diz que fica triste fora da Seleção e pede respeito: “Não estou aqui porque fico de gracinha”
Atacante do Everton avaliou que joga melhor no clube do que na seleção brasileira e lamentou que “repórteres e comentaristas o viam fora do Mundial”
De volta à seleção brasileira após se ausentar das últimas três convocações, o atacante Richarlison se apresentou nesta segunda-feira na Granja Comary para jogos das Eliminatórias, contra Chile e Bolívia, e concedeu entrevista coletiva na qual soltou diversas declarações fortes. Ele destacou o histórico que tem com a amarelinha, pediu respeito e disparou:
– Não estou aqui porque fico de gracinha!
Ao seu estilo autêntico, o jogador contou que a ausência nas últimas listas o deixaram triste, mas lamentou que o tenham visto fora do Mundial. Não citou nomes, mas referiu-se a repórteres e comentaristas na imprensa brasileira.
– Fiquei com sentimento de tristeza, porque fiquei fora por causa de uma lesão que foi séria. E muitos repórteres e comentaristas já me viam fora da Copa do Mundo. E eu estava tranquilo porque sei do meu talento, do meu potencial. Querendo ou não, já tenho um histórico aqui com a camisa da Seleção. Acho que devia também ter um pouquinho de respeito também, a gente trabalha duro, trabalha sério. Eu estava totalmente tranquilo. Claro que a gente viu a evolução dos novos jogadores que chegaram. Querendo ou não a concorrência cresceu bastante – reconheceu.
Atacante campeão olímpico e com alto número de convocações para a Seleção no ciclo da Copa do Mundo do Catar (esteve em 14 das 17 listas), Richarlison reconheceu que a concorrência aumentou no período em que ficou ausente.
Richarlison, atacante da Seleção, durante entrevista coletiva — Foto: Lucas Figueiredo / CBF
Richarlison tem 14 convocações. A última vez em que esteve com a Seleção foi na Copa América de 2021. Depois não foi liberado pra pegar Chile, Argentina (jogo suspenso) e Peru e ficou fora de três convocações seguidas, para jogos contra Velezuela, Colômbia e Uruguai, depois Colômbia e Argentina e, por último, Equador e Paraguai.
Ainda na chegada da seleção brasileira, antes do primeiro treino, o Pombo se disse muito ansioso para a Copa do Catar, com a confiança em dia para seguir firme na disputa do ataque de Tite.
– A gente está falando de seleção brasileira, então todo dia surge um atacante novo aí. A minha posição está com a disputa bem grande. Estou na seleção não é porque eu fico de gracinha ou porque brinco com meus companheiros, mas porque jogo meu futebol no Everton. Quando venho aqui, dou minha vida, faço meus gols. Visto essa camisa com alegria e venho para cá fazer o meu trabalho da melhor maneira – comentou Richarlison.
Confira mais da entrevista com Richarlison
“Cobrança” pelo atraso de Tite
– Minha ansiedade para a Copa está igual em dia de convocação, dá aquele frio na barriga. Nessa última convocação mesmo o professor Tite demorou 30 minutos (Nota da redação: a coletiva estava marcada para 11h, mas passou para 11h30), quase me matou lá (risos). Ansiedade total. Graças a Deus deu tudo certo. Mas vamos esperar, é continuar focado nos jogos das Eliminatórias, tem os amistosos também. E continuar bem no Everton, melhorar a cada dia, com certeza o professor vai estar de olho junto com a comissão.
“Sei do meu potencial”
– Os atacantes que chegaram foram bem nas partidas, foram bastante elogiados também. Também sei do meu potencial, venho numa sequência muito boa com a camisa do Everton depois da lesão. É claro que o time não está numa boa fase, mas eu venho fazendo meu melhor, meus gols, minhas assistências. É por isso que voltei para a Seleção. Aqui me sinto bem, em casa, à vontade. Jogo até melhor aqui do que no meu clube.
Sequência no clube
– Depois da minha lesão, que foi um pouco grave, eu voltei bem. Venho numa sequência boa, mesmo com o time não conseguindo as vitórias. Foi por essa sequência boa que voltei à Seleção. Temos 13 jogos na Premier League e a equipe vai evoluir. A dispensa dos treinadores afetou o grupo, perdemos três ou quatro jogadores importantes no elenco, os jogadores que se machucaram também. Então isso afetou muito o grupo, mas eu continuei meu foco, trabalhando forte, por isso voltei para a Seleção.
Jogo no Maracanã contra o Chile
– Vai ser uma bela partida, sabemos da qualidade da equipe do Chile. É uma equipe que briga muito, também vimos isso na Copa América. Com a ajuda do nosso torcedor no Maracanã, que estará lotado, a gente tem tudo para fazer um grande jogo. Contamos com o apoio do nosso torcedor para fazer uma grande festa no Maracanã.
Torcida mesmo fora da lista
– Quando estou dentro de campo, eu sou um torcedor também. Assisti pela TV, coloquei a camisa e torci como se estivesse no estádio. Seleção brasileira é isso, tem que torcer onde nossos companheiros estiverem, nossos amigos. Como estava lesionado, estava torcendo para que o Brasil saísse vitorioso das partidas.
Disputa pela camisa 9
– Eu venho jogando de centroavante no Everton, a temporada toda joguei de centroavante. É esperar o que o professor tem a falar para mim, não sei se vou jogar na beirada ou de centroavante. O importante é estar jogando, entre 11. Independente da posição que o professor me colocar vou fazer o meu melhor, meus gols, que é importante com a camisa da Seleção. Vou estar focado independentemente da posição em que o professor me colocar para jogar.
Por Bruno Cassucci e Raphael Zarko — São Paulo e Teresópolis
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