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Sala de jogos, piscina e biblioteca ainda com painel de Portinari: detalhes do Alvorada
Janja abriu o prédio pela primeira vez desde a vitória de Lula e mostrou vários problemas estruturais deixados no local, como infiltrações, janelas quebradas e sofás rasgados
Cinema privativo, obras de arte milionárias, projetado por Niemeyer: a história e as curiosidades do Palácio da Alvorada
Jogado aos holofotes depois que a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, relatou as condições de conservação do local, o Palácio da Alvorada tem uma história anterior até mesmo à da capital federal. Inaugurada em junho de 1958, dois anos antes da fundação de Brasília, a construção projetada por Oscar Niemeyer foi o primeiro edifício da cidade a ser inaugurado.
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Destinado a funcionar como residência oficial do presidente da República, enquanto o Palácio do Planalto é a sede do governo em si, o prédio teve como primeiro ocupante Juscelino Kubitschek, que foi também o responsável por batizar o recém-criado lar. “Que é Brasília, senão a alvorada de um novo dia para o Brasil?”, teria dito o então mandatário máximo da nação, idealizador da mudança da capital do Rio de Janeiro para o interior.
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Um espelho d’água no entorno do palácio reflete a fachada cheia das linhas curvas que se tornaram uma das principais marcas arquitetônicas de Niemeyer. No local, está uma estátua de bronze assinada pelo escultor mineiro Alfredo Ceschiatti, que traz a representação de duas figuras femininas.
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“As Iaras”, porém, é apenas uma das dezenas de peças valiosas do Alvorada, que abriga itens históricos e obras de arte de importantes nomes do Brasil e até do exterior. Uma dessas raridades —um painel de Di Cavalcanti encomendado pelo próprio Niemeyer e avaliado em pelo menos R$ 5 milhões — costumava ficar em uma das paredes da biblioteca, cujo acervo soma mais de três mil livros.
A biblioteca em três momentos: em 2011 e durante o governo de Temer, ainda com o painel de Portinari, e agora, com a televisão colocada por Bolsonaro — Foto: Arte com fotos de Divulgação e Reprodução/GloboNews
Conduzida por Janja, a visita ao palácio da jornalista Natuza Nery, da GloboNews, mostrou que o quadro foi trocado de lugar e passou a ficar exposto ao sol, o que desbotou a peça e forçará uma restauração. Segundo a primeira-dama, a obra deu lugar a equipamentos eletrônicos e a uma televisão de muitas polegadas, utilizados nas lives semanais do ex-presidente Jair Bolsonaro, que fazia as transmissões a partir da biblioteca.
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São, ao todo, três pavimentos, totalizando 7 mil metros quadrados. No subsolo, há um auditório para 30 pessoas, que pode operar ainda como sala de cinema privativa, além de uma sala de jogos com mesa de sinuca. Também ficam neste piso espaços burocráticos do palácio, como almoxarifado, despensa, cozinha, lavanderia e a administração do Alvorada.
A planta do Palácio da Alvorada — Foto: Editoria de Arte
No térreo, estão os salões utilizados pelo presidente para compromissos oficiais de governo. Após o saguão de entrada, vem uma sala de jantar com uma mesa e 12 cadeiras inglesas do século 18. Há ainda uma sala de almoço, menor, com obras de arte barroca à vista, e um salão de banquetes com capacidade para 50 pessoas idealizado por Anna Maria Niemeyer, filha única do arquiteto e responsável pela decoração original do palácio.
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Já o Salão Nobre, onde o presidente recebe as maiores autoridades nacionais e estrangeiras para decidir os rumos do país, traz peças assinadas por alguns dos principais nomes do design mundial. O térreo — que era parcialmente aberto à visitação do público, prática que Janja promete retomar após a reforma — tem ainda salas de música e de estar.
Marcela Temer, mulher de Michel Temer, mostra o Palácio do Alvorada para Michelle Bolsonaro — Foto: Divulgação
O primeiro andar, por fim, é destinado às áreas pessoais do presidente e sua família, com quatro suítes e outros espaços íntimos. As visitas guiadas, quando estavam disponíveis, não incluíam esta parte do palácio, mas passavam também pela capela e pelos jardins, outros dos principais atrativos do Alvorada.
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Além dos jardins, o entorno do prédio possui ainda uma piscina de medidas olímpicas, com 18×50 metros e até 2,10 metros de profundidade. Ao lado, como não poderia faltar, estão à disposição uma churrasqueira e um bar. Quem também dá as caras na parte externa são as várias emas que vivem nas cercanias da construção — e que viraram notícia, por exemplo, quando Bolsonaro “ofereceu” uma caixa de cloroquina a uma delas.
O auditório que pode funcionar como sala de cinema — Foto: Divulgação
O Palácio da Alvorada passou por uma extensa reforma de R$ 18 milhões no primeiro governo Lula. Concluídas em abril de 2006, as obras duraram cerca de 15 meses. Na época, o trabalho contemplou a revisão da rede elétrica e a instalação de um sistema de ar condicionado central. Alterações também foram feitas nos banheiros do palácio.
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Parte da reforma foi paga por 20 empresário ligados à Associação Brasileira de Indústria de Base. Já a restauração da capela do Palácio ficou a cargo do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) e custou, sozinha, R$ 250 mil.
Um dos salões do Alvorada — Foto: Divulgação
Espaço interno do Alvorada — Foto: Divulgação
A capela do Alvorada — Foto: Divulgação
Por Luã Marinatto