Internacional
Walkie-talkies destruídos por explosões no Líbano
Após pagers, ‘walkie-talkies’ do Hezbollah explodem em Beirute e no sul do Líbano; 3 morrem
Explosões de walkie-talkies, dispositivos de voz que se comunicam entre si por ondas de rádio, deixaram ainda milhares feridos. Na terça (17), pagers do Hezbollah também explodiram, deixando 12 mortos e quase 3.000 feridos. Grupo e Líbano culpam Israel, que não se pronunciou.
Um dia após pagers do Hezbollah explodirem, vários “walkie-talkies” do grupo extremista também foram detonados nesta quarta-feira (18) em Beirute e no sul do Líbano. Três pessoas morreram e e milhares ficaram feridas, de acordo com a agência de notícias estatal libanesa.
Criados na Segunda Guerra Mundial, os “walkie-talkies” são dispositivos de troca de mensagens de voz que mandam e recebem mensagem entre si via ondas de rádio.
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Há relatos de dezenas de pequenas explosões pela capital libanesa, e várias imagens feitas pela cidade nesta manhã mostram focos de incêndio (veja abaixo). A imprensa local afirmou que alguns “walkie-talkies” foram detonados em funerais de vítimas do ataque aos pagers na terça-feira.
Fontes do governo libanês disseram à agência Reuters que os dispositivios atingidos nesta quarta também foram adquiridos há cinco meses, na mesma época em que o grupo comprou os pagers que explodiram na terça, em um ataque coordenado que matou 12 pessoas e feriu quase 3.000.
Fogo após explosões de walkie-talkies no Líbano — Foto: Telegram/Reprodução
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Detalhes da explosão de pagers
Os explosivos utilizados para a explosão dos pagers — dispositivos de recebimento de mensagem por texto prévios ao celular — foram implantados através de um chip, eram indetectáveis e tinham um algoritmo específico para serem ativados, segundo disse nesta quarta a TV libanesa Al Mayadeen.
Fontes de segurança ouvidas disseram que um chip “IC” foi implantado nos dispositivos e que foi o material de lítio que alimenta o “pager” que, ao receber a mensagem, provocou a explosão, e não a bateria, como
Em cerca de 4 segundos após receber o som da chamada com uma mensagem escrita, os dispositivos explodiram automaticamente, tanto para quem os abriu quanto para quem não os abriu. Apenas os pagers que estavam desligados ou em áreas sem sinal não explodiram, assim como os dos tipos antigos.
A explosão foi realizada através de uma mensagem com tecnologia avançada que ativou o material explosivo oculto, que utilizava técnicas complexas com algoritmos específicos para a operação.
O método usado é tão moderno que os explosivos não puderam ser detectados por nenhum dispositivo de verificação convencional, nem mesmo por países e aeroportos globais.
“O material explosivo foi usado com o objetivo de matar, especialmente aqueles dispositivos presos na cintura, para que a onda de explosão entrasse diretamente no corpo. Além de seus crimes militares sem precedentes na Faixa de Gaza, Israel, com esta operação agressiva, ultrapassou todas as regras proibidas em guerras de segurança. Israel usou uma empresa global e um dispositivo civil com controle cibernético e tomou a decisão de assassinato em massa deliberado”, disse fonte à TV.
A reportagem foi compartilhada por canais ligados ao Hezbollah no Telegram, que também afirmaram que escutas também haviam sido colocadas nos pagers e que Israel decidiu fazer a operação após perceber que havia suspeita de falha de segurança e infiltração.
Segundo mensagem compartilhada, o governo israelense trabalhou quatro meses para plantar os dispositivos de escuta nos pagers, além de armá-los para explodi-los quando necessário.
“Com essa ação, Israel perdeu o maior tesouro de informações que lhe permitia entender o que se passava dentro do Hezbollah. O ditado “há males que vêm para o bem” se aplica a este incidente grave. O Hezbollah aumentará seu estado de alerta e revisará todo o sistema de segurança para fechar possíveis brechas”, afirma texto.
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Homem mostra como ficou pager após explosão — Foto: Telegram/Reprodução
O ataque
A onda de explosões durou cerca de uma hora. Entre os mortos, estão uma menina e dois integrantes do Hezbollah, segundo o grupo xiita.
Imagens das câmeras de segurança de um supermercado em Beirute registraram o momento de duas dessas explosões: uma de um homem que pagava suas compras no caixa e outra perto de uma bancada de frutas.
O embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, foi um dos feridos pelas explosões. Segundo a embaixada, Amani sofreu ferimentos leves.
A Cruz Vermelha Libanesa diz que mais de 50 ambulâncias e 300 equipes médicas de emergência foram enviadas para ajudar no socorro às vítimas.
Após as explosões desta terça, o governo libanês pediu que todos os cidadãos que possuem pagers joguem os dispositivos fora imediatamente, segundo a agência de notícias estatal do Irã Irna.
Um representante do Hezbollah, que falou à agência de notícias Reuters sob condição de anonimato, afirmou que a detonação dos pagers foi a “maior falha de segurança” a qual o grupo foi submetido desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.
Os pagers foram um meio de comunicação móvel desenvolvido nas décadas de 1950 e 1960 que se popularizou durante as décadas de 1980 e 1990, antes do crescimento do uso de celulares.
Por g1