Esporte
Primeiro tenista negro profissional, Robert Ryland morre aos 100 anos
Ex-jogador faleceu após contrair uma pneumonia segundo sua esposa, Nancy Ingersol. Americano foi técnico das irmãs Serena e Venus Williams, além de Arthur Ashe
Morre aos 100 anos Robert Ryland, o primeiro tenista profissional negro da história
O mundo do tênis perdeu um pioneiro. Robert Ryland, o primeiro tenista profissional negro, morreu aos 100 anos de idade. Segundo sua esposa, Nancy Ingersol, ele morreu no último dia 02 em decorrência de uma pneumonia na casa do enteado, em Provincetown, no estado norte-americano de Massachusetts. O americano abriu portas para outros tenistas negros, e sofreu preconceito ao longo da carreira. Ryland treinou nomes como Serena e Venus Williams e Arthur Ashe.
Seu amor pelo tênis começou aos dez anos de idade, em 1939, quando ganhou o título júnior da Associação Americana de Tênis (ATA). O talento de Ryland lhe rendeu uma bolsa de estudos na Universidade de Xavier, em Nova Orleans. O tenista precisou abandonar os estudos para servir na 2ª Guerra Mundial. Mas ao retornar do combate, recebeu outra oportunidade, dessa vez na Wayne State University, em Detroit.
A cor da pele de Ryland falava mais alto do que seu talento quando ia competir com seus colegas de time da universidade. Em muitas ocasiões, ele era obrigado a comer sozinho e a dormir no ônibus da equipe por não ser aceito em restaurantes e hotéis. Mas o preconceito não impediu que Robert Ryland traçasse uma carreira brilhante, inclusive entrando no hall da fama da Wayne State em 1991.
Mesmo com uma carreira universitária bem sucedida, o americano advogava para que outros tenistas pretos pudessem ter o mesmo que ele. Durante uma partida de exibição na qual jogou duplas ao lado de Alice Marble, branca e campeã de 18 Grand Slams, quando foi questionado sobre Althea Gibson, tenista negra. A resposta de Ryland foi que ela poderia ser a número um do mundo, e foi suficiente para que ela quebrasse a barreira racial no tênis feminino.
Por Redação do ge — Rio de Janeiro
– Eu sempre vou pensar se poderia ter sido grande com o apoio certo, como Althea Gibson e Arthur Ashe- disse ele em 1994, durante uma entrevista ao New York Times. Robert foi uma inspiração para Ashe- o primeiro negro a ganhar o Australian Open, o US Open e Wimbledon-, que dizia que queria ser bom o suficiente para derrotá-lo.
Já no final da vida, Robert Ryland continuava antenado na luta pela justiça social. Leslie Allen, ex-tenista top 20 e que teve a ajuda de Ryland para bancar o início de sua carreira, contou que recentemente, eles tinham conversado sobre eventos atuais que marcaram o combate ao racismo.
– Nós estávamos discutindo sobre a morte de George Floyd e o movimento Black Lives Matter [vidas negras importam] e ele me falou “eles ainda estão pisando na gente.