Esporte
Com Garrincha e Pelé juntos, Seleção nunca foi derrotada
Pelé e Garrincha nunca perderam. Há 62 anos, a seleção escalou os dois juntos pela primeira vez
Foram 30 partidas contra seleções nacionais, 26 vitórias e quatro empates. Mais dez partidas contra clubes e combinados. Em 18 de maio de 1956, Feola escalou os dois contra a Bulgária
Hoje faz 62 anos a maior dupla da história do futebol mundial: Pelé e Garrincha. Escrito assim, parece uma coisa só, embora cada um no seu estilo tenha criado personalidade própria e marca intransferível. A primeira escalação dos dois juntos aconteceu no Pacaembu, em 18 de maio de 1958, amistoso contra a Bulgária, penúltimo jogo antes do embarque para a Europa, onde o Brasil conquistou sua primeira Copa do Mundo.
Com Garrincha e Pelé juntos, Seleção nunca foi derrotada — Foto: Reprodução TV Globo
No estádio municipal que podia receber mais de 60 mil torcedores, só havia 25 mil. Uma semana antes, a seleção tinha sido derrotada pelo Flamengo por 1 x 0, num jogo-treino que fez o nome do meia Manuelzinho, autor do gol, virar piada nos botequins do Rio de Janeiro. Não se acreditava no sucesso do scratch, como a pequena presença de público faz perceber.
Diev reforçou a descrença fazendo 1 x 0 para os búlgaros aos 7 minutos. O gol de empate foi obra de Mané e Pelé. Escanteio cobrado por Garrincha, que Pelé pegou de voleio. Depois, Pelé fez 2 x 1, completando uma jogada de Moacir e Pepe marcou 3 x 1 recebendo passe de Nítlon Santos. Após a vitória, o técnico Vicente Feola cortou Êrnani, Jadir, Altair, Roberto, Gino e Canhoteiro.
A Bulgária foi a última seleção enfrentada pelo Brasil antes da estreia contra a Áustria, já na Suécia. Na chegada à Europa, amistosos contra Fiorentina e Internazionale. Só no terceiro jogo do Mundial, em 15 de junho, 28 dias depois de enfrentar a Bulgária, Pelé e Garrincha foram escalados juntos pela primeira vez em Copas do Mundo.
Nos primeiros três minutos, Garrincha cruzou e Pelé chutou na trave. Garrincha se infiltrou e chutou de novo na trave. Garrincha cruzou e Vavá marcou. O jornalista francês Gabriel Hanot, do jornal L’Equipe, descreveu como “os três minutos mais incríveis da história das Copas.”
Juntos, eles jogaram 30 vezes com 26 vitórias e 4 empates. Mais dez partidas, com dez vitórias contra clubes e combinados. Incrivelmente, o último jogo dos dois juntos pela seleção também foi contra a Bulgária, em 12 de julho de 1966, estreia na Copa do Mundo da Inglaterra.
18/maio/1958
BRASIL 3 x 1 BULGÁRIA
Local: Pacaembu (São Paulo); Juiz: Esteban Marino (Uruguai); Público: 25.000; Gols: Diev 7 do 1o; Pelé 2, Pelé 15, Pepe 24 do 2o
BRASIL: Gilmar, De Sordi, Mauro, Jadir (Orlando 21 do 2o) e Nílton Santos; Roberto Belangero e Moacir; Garrincha, Mazzola (Gino 29 do 2o), Pelé e Canhoteiro (Pepe 10 do 2o). Técnico: Vicente Feola
BULGÁRIA: Dervenski, Rarakov, Manolov, Dimitrov e Bojkov; Nestorov (Astrov 22 do 2o) e Diev; Iliev (Kovachev 32 do 2o), Panayotov, Yanev e Debarski. Técnico: Ormandjiev
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