Esporte
Giba nos Jogos de Londres 2012: sua última grande competição pela seleção
Giba é eleito o melhor jogador de vôlei do Brasil de todos os tempos em votação popular
Em votação promovida pelo ge, Serginho fica em segundo na disputa entre craques. Nalbert, Ricardinho, Renan dal Zotto e Maurício embolam em terceiro lugar na preferência
O ge propôs um desafio nada fácil: escolher o melhor atleta masculino de vôlei de todos os tempos. Foram dezenas de milhares de votos, e o público elegeu Giba como o grande nome do esporte nacional. O ex-ponteiro foi escolhido por 48% do público.
Giba nos Jogos de Londres 2012: sua última grande competição pela seleção — Foto: Getty Images
Giba foi um dos expoentes da geração dos anos 2000, que ganhou praticamente tudo que disputou e que manteve uma hegemonia por mais de uma década. Pela seleção, Giba foi campeão olímpico em 2004 e prata em 2008 e 2012. Foi tricampeão mundial (2002, 2006, 2010) e venceu oito Ligas Mundiais, além de três vices e dois terceiros do torneio. Venceu ainda a Copa do Mundo por duas vezes (2003 e 2007) e foi duas vezes bronze. Ganhou ainda oito sul-americanos e um Pan-Americano (2007). Uma lista bem extensa de conquistas justifica a escolha, não é?
Mas Giba não jogou sozinho e outros nomes dessa mesma geração também foram muito bem votados. O grande rival de Giba na briga pelo posto de maior jogador de vôlei do Brasil foi Serginho. O ex-líbero teve 28% dos votos. Serginho e Giba foram contemporâneos e têm currículos muito similares. A grande diferença é que Serginho não ganhou o Mundial de 2010 por estar lesionado, mas tem mais um ouro olímpico no currículo, em 2016, no Rio.
Serginho encerrou sua carreira na seleção com o ouro na Rio 2016 — Foto: Reuters/Dominic Ebenbichle
Um pouco mais distante de Giba e Serginho, um pelotão de grandes jogadores brigaram pela medalha de bronze. Nalbert e Ricardinho também fizeram parte por um longo tempo da geração “imbatível” junto com os dois primeiros. Os dois tiveram 4% dos votos. Logo atrás, Maurício, levantador bicampeão olímpico em duas gerações diferentes (92 e 2004) e Renan Dal Zotto, hoje técnico da seleção masculina, mas que como jogador era um dos destaques da geração que ganhou a medalha de prata em 84. Ambos tiveram 3%.
Dá para ver pelos números do jogo como o Brasil tem inúmeros ídolos. Dos 32 que foram colocados na disputa, 20 tiveram pelo menos 1% de votos como melhor da história. Pode parecer um percentual pequeno, mas em um cenário com tantos palpites, isso representa muita gente que considera esses jogadores como os melhores de sempre.
Seleção campeão de Atenas: geração multicampeã teve vários jogadores indicados como melhores do mundo — Foto: Getty Images
Curiosidades nas disputas
Alguns números chamaram a atenção na disputa. O duelo mais equilibrado da primeira fase foi entre Renan e André Nascimento. O oposto canhoto, campeão olímpico e mundial, ganhou essa disputa por 51% a 49%. Porém, mesmo não tendo a preferência entre a maioria nesse duelo direto, Renan ganhou mais nas fases seguintes, inclusive, tendo 3% do público o elegendo como o melhor da história. André teve votos como melhor, mas não chegou a somar 1%. E o que podemos concluir? Simples: a maioria pode até achar que André é melhor do que Renan, mas quem acha Renan melhor é mais fã do atual técnico da seleção. Entendeu?
William, o levantador da geração de prata, parece ter levado azar no chaveamento. Ele só teve 16% dos votos no duelo contra Maurício, mas mesmo assim teve 1% de votos de melhor da história. Não tivesse um adversário tão forte logo de cara, talvez tivesse ido um pouco melhor.
Renan na olimpíada de 84. Medalha tem mais de 30 anos, mas memória do time parece ainda ser grande — Foto: Divulgação / Hall of Fame
Nos duelos de gerações, algumas curiosidades. Giovane, bicampeão olímpico em 92 e 2004, teve o dobro de votos de Murilo, campeão e melhor jogador do Mundial de 2010, e prata nas Olimpíadas de 2008 e 2012. Lucarelli, ouro olímpico em 2016, venceu mais apertado Montanaro, prata em 84 (58% x 42%). Nalbert, campeão olímpico em 2004, ganhou de Tande, campeão olímpico de 92, por 62% a 38%.
Gustavo, da mesma geração de Giba e Serginho, venceu com autoridade (88% x 12%) o confronto contra Maurício Souza, ouro na Rio 2016. Mas nesse caso, parece que o que pesou foi o jogador e não a geração. Porque Lucão, também ouro na Rio de 2016, venceu bem André Heller, da mesma época de Gustavo: 71% a 29%.
Por Thiago Fernandes — Rio de Janeiro / Globoesporte.globo.com