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Das 2 mil obras previstas para o o novo programa do governo federal

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Após fala de Zema, agenda de Lula no Rio promete ‘climão’ entre o mineiro e governadores do Nordeste

Lançamento do Novo PAC vai promover primeiro encontro de chefe do Executivo de Minas com equivalentes nordestinos após declaração sobre ‘vaquinhas que produzem pouco’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca no Rio de Janeiro para uma maratona de agendas, entre elas um evento que promete uma “saia-justa” entre o governador de Minas gerais, Romeu Zema (Novo), e chefes do Executivo de estados do Nordeste. A presença dos políticos é esperada para a cerimônia de lançamento do Novo PAC, nesta sexta-feira, no Theatro Municipal, no Centro da capital fluminense. Esta será o primeiro encontro entre os governadores após a entrevista de Zema ao “Estado de S. Paulo” em que ele comparou a região Nordeste com “vaquinhas que produzem pouco”.

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Das 2 mil obras previstas para o o novo programa do governo federal, 300 serão indicadas por gestores estaduais. Por conta da participação no projeto, que é uma das principais apostas do Planalto para o segundo semestre, todos os 27 governadores do país foram convidados para o evento de lançamento.

Até o momento, 19 chefes de Executivo já confirmaram presença. Interlocutores do governo federal garantem que entre os nomes que sinalizaram comparecimento está o de Zema, mas a assessoria do governador mineiro ainda não garante sua ida ao Rio oficialmente.

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Do grupo de políticos do Nordeste, já confirmaram presença nomes como Raquel Lyra (PSDB), governadora de Pernambuco; Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte; Carlos Brandão (PSB), do Maranhão; e João Azevêdo (PSB), governador da Paraíba e presidente do Consórcio Nordeste, organização que reúne os gestores dos noves estados que compõem a região e que, em nota, rebateu a declaração de Zema publicamente.

O grupo avaliou que a fala do mineiro representa “um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste” e lembrou que esses estados vêm sendo “penalizados ao longo das últimas décadas” nos projetos nacionais de desenvolvimento. “Negando qualquer tipo de lampejo separatista, o Consórcio Nordeste imediatamente anuncia em seu slogan que é uma expressão de ‘O Brasil que cresce unido’. Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a entrevista parece aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual”, disse o consórcio.

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Além do coletivo, governadores e parlamentares da região também repudiaram a postura de Zema, principalmente por pregar a cisão entre as regiões. Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra afirmou que a desigualdade extrema é uma “mancha” na história social brasileira e que é papel das lideranças discutir soluções para elevar o desenvolvimento.

— Qualquer manifestação que chame à divisão só acirra o enfrentamento em um momento que o país precisa de união. Nordeste é parte da solução do país e deve receber atenção nas discussões federativas por tanto tempo de descaso e indiferença. Os nossos pleitos não vão além do que é justo diante de uma construção histórica tão conhecida — declarou Raquel Lyra.

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Zema, em entrevista ao jornal “Estado de S. Paulo”, disse que o recém-criado bloco Cossud (Consórcio Sul-Sudeste) vai buscar protagonismo e comparou a região Nordeste com “vaquinhas que produzem pouco”. Membros do consórcio integrado por Zema, os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), estarão presentes no lançamento do Novo PAC no Rio.

Entre as baixas já confirmadas, dois nomes são de bolsonaristas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já adiantou que não estará presente e será representado pelo vice-governador Felicio Ramuth (PSD). Governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), por sua vez, informou que terá agendas no interior do estado. No seu lugar, irá o chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega.

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Além dos 19 governadores, 22 ministros de Lula também já confirmaram presença no evento de Lula nesta sexta-feira. Foram 800 convidados entre políticos, entidades de classe e trabalhadores, empresários e investidores. No Planalto, a expectativa é de que seja o maior evento do governo neste ano.

Por Fernanda Alves — Rio de Janeiro

OGlobo.globo.com

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