Esporte
Presidente da CBF explica decisão por paralisação do Brasileirão: “Pedido coletivo”
Ednaldo Rodrigues diz que CBF paralisou Brasileiro por “democracia” e não pretende estender torneio
Presidente da confederação quer fim da Série A até 8 de dezembro para não impactar 2025
Horas depois de ter determinado a paralisação do Campeonato Brasileiro, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, disse ao ge que não ver a competição estendida para além de 8 de dezembro, data inicialmente prevista para a última rodada.
– Não pensamos em estourar. O objetivo é terminar o calendário em 2024. Se não, impacta ainda mais no calendário de 2025, que já está bastante cheio – disse o presidente da CBF em Bangkok, na Tailândia, onde participa do Congresso da Fifa.
No ano que vem, pelo menos três clubes brasileiros vão disputar o Mundial de Clubes da Fifa nos EUA entre junho e julho. Esse número pode subir a quatro se Grêmio, Botafogo, São Paulo ou Atlético-MG conquistarem a Libertadores deste ano.
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF — Foto: Martín Fernandez
Ednaldo Rodrigues disse ainda que tomou a decisão de paralisar o Campeonato Brasileiro deste ano por “democracia”. A CBF ouviu os 20 clubes da Série A e 15 deles decidiram parar. Outros cinco não responderam.
– É a democracia. Temos que trabalhar ouvindo todos os clubes, todas as federações estaduais. Agora, neste contexto, a CBF vai fazer uma engenharia criteriosa para que possamos amenizar a sobrecarga de jogos para os clubes.
O presidente da CBF disse ainda ser “muito difícil” fazer previsões sobre como serão os detalhes dessa “engenharia” no calendário.
– Vamos fazer tudo o que for possível para não trazer nenhuma consequência maior para os clubes. O objetivo é que tenham rendimento técnico para representar bem nosso país nas competições internacionais.
Veja os tópicos citados pela CBF no comunicado sobre o calendário
Dificuldade de harmonização do calendário
- Dificuldade de harmonização do calendário em razão de a data de encerramento da Série A (08/12) e a data de início da Copa Intercontinental, cujas semifinais estão programadas para o dia 14/12 e final no dia 18/12, porém com a previsão de playoff entre representantes da Conmebol e da Concacaf que sequer possui data definida, mas que deve ocorrer após a final da Copa Conmebol Libertadores no dia 30/11 e antes do dia 14/12, valendo frisar que nos últimos cinco anos o campeão da Libertadores foi um clube brasileiro.
A utilização de datas Fifa para reposição de partidas também encontra restrições, considerando:
- Dificuldades para os clubes que terão jogadores convocados;
- A supressão de períodos de repouso e recuperação para a reacomodação de partidas;
- Possível sobreposição de reposição de partidas com shows ou eventos previamente agendados nos estádios e arenas;
- A utilização por parte da Conmebol de datas Fifa para reposição de partidas da Libertadores e Sul-Americana, o que restringe o número de datas disponíveis;
Para o caso de possível prolongamento do calendário de 2024 haverá a necessidade de:
- renegociações com detentores de direito de transmissão e patrocinadores;
- análise de impacto em relação ao prazo de vigência de contrato de jogadores;
- possível invasão de período de férias de jogadores com a necessidade de revisão;
- impacto em relações sindicais e acordos com o Ministério Público do Trabalho;
- estrangulamento do calendário de 2025, para o qual já há previsão de realização do novo formato do Mundial de Clubes, que consumirá maior número de datas;
- possível impacto nas datas dos campeonatos estaduais, que precisarão se readequar para acomodar o prolongamento do calendário de 2025;
- possível revisão de acordos para a redução dos intervalos entre jogos (66 horas).
Por Martín Fernandez — Bangkok, Tailândia
Ge.globo.com