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Gleisi Hoffmann prevê uma crise social no Brasil, com 25 milhões de desempregados

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Presidente do PT defende cassação da chapa de Bolsonaro no TSE

Em entrevista ao Agora, Gleisi Hoffmann prevê uma crise social no Brasil, com 25 milhões de desempregados

A edição desta sexta-feira, 12 de junho, do Jogo do Poder, recebeu a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Gleisi  Hoffmann. Entrevistada pelos jornalistas Amadeu  Campos, Ananias Ribeiro, Sávia Barreto e João Carvalho, a parlamentar tratou sobre a crise política, econômica e social que o Brasil enfrenta, devido a pandemia da Covid-19, defendendo a cassação da chapa Jair Bolsonaro/Hamilton  Morão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Quero dizer que concordo, temos uma leitura muito parecida das crises, devemos chegar a quase 25 milhões de desempregados, vivemos uma crise política e acredito que infelizmente caminhamos para o caos social. Após isso, e de apresentar diversas medidas para o próprio Governo, foi graças a uma proposta nossa que a renda de R$ 600 se tornou uma realidade; trabalhamos com os Estados, quero parabenizar o governador Wellington Dias pelos resultados na luta contra a pandemia, chegamos a conclusão que o problema é Bolsonaro, apresentamos um projeto de impeachment coletivo, mais de 400 autoridades assinaram, 7 partidos políticos e temos as ações no TSE para caçar a chapa, porque usaram o submundo de internet com recursos ilegais, disseminando mentiras, ganharam deste jeito”, disse.

TV Meio Norte

Gleisi Hoffmann defende que novas eleições sejam realizadas no Brasil, destacando a demora no auxílio do Governo Federal aos Estados e municípios, além da falta  de atenção quanto aos programas de assistência à população mais pobre.

“Temos diversas formas através da constituição para tirar o Bolsonaro. Não adianta tirar o Bolsonaro e deixar Mourão, deixar o Paulo Guedes, o que estamos dizendo: que tem que ser fora Bolsonaro e do seu Governo. Se for julgado no TSE, teremos que fazer novas eleições;  no impeachment não; estamos com uma PEC para no caso de impeachment for convocada uma nova eleições em 90 dias, é uma das maiores crises da nossa história, se não tiver soberania popular, não vamos resolver”, afirmou.

Para Gleisi Hoffmann, os líderes estaduais e municipais estão tendo que se “virar sozinhos”, em meio a pior pandemia dos últimos 110 anos.

“É muito importante qualificar nossa posição, é um Governo contra a escalada autoritária, é um Governo que retira direitos, que não protege o povo; vamos entrar numa crise e não há uma medida desse Governo para dar assistência ao povo, eles tratam os pobres como estatística, não se importam com a vida, deixam os Governadores e prefeitos se virando sozinho”, disse.

Indicação de reitores 

Outra pauta destacada pela  deputada federal na entrevista ao Jogo do Poder abarca a Medida Provisória que permitia ao ministro da Educação Abraham Weintraub indicar reitores de instituições federais até que pudessem ser realizadas as eleições.

“Faz parte da política do Bolsonaro de desestruturar as instituições de ensino, ele tem esse viés, não acha que a comunidade que deve escolher, fizemos uma ampla articulação no STF para barrar a medida provisória, e hoje o Alcolumbre decidiu resolver a MP, dizer que o Congresso não analisaria mais, nossa constituição prevê autonomia universitária”, disse.

Questionada por Ananias Ribeiro sobre a viabilidade de um processo de impeachment contra Bolsonaro no Congresso Nacional, Gleisi Hoffmann indicou que é possível construir este caminho.

“Há condições de construir a viabilidade, é interessante porque ele tá perdendo popularidade apoio nas classes médias/alta e alargou um pouco do seu apoio nas classes baixas por conta do auxílio emergencial, que nem foi proposta dele. Já morreram em três meses de coronavírus mais do que morreu em um ano de acidente de trânsito, é natural que ele perca sua base de apoio, e vai perder mais, ele afronta os Poderes, afronta a constituição, arranja briga  com todo mundo; ele levou o Centrão, que tanto criticava”, afirmou.

Ciro Gomes

No que  se refere ao posicionamento do ex-ministro Ciro Gomes em construir uma terceira via na polarizada disputa política do Brasil, a deputada federal destacou que os campos de direita e centro-direita não irão abraç-á-lo.

“Estamos vivendo uma situação em que o posicionamento político é muito importante, essa criatura (Bolsonaro) se elegeu mentindo e com uma política anti-PT, só que a população tá começando a ver que a criatura mentiu. Porque cargas d’água esse pessoal da direita/centro-direita levaria o Ciro. Tá levando partidos que são do nosso campo político, agora dizer que ele vai entrar na centro-direita e trazer para ele eu acho muito difícil, há outros atores neste campo e com mais força, como o Moro, o Dória, o Huck. O Ciro tá tentando fazer um movimento diversionista na esquerda/centro-esquerda, mas se ele vier com um argumento anti-PT, a direita não vai com ele”, sinalizou.

A presidente nacional do PT ainda demonstrou a insatisfação com a política econômica da atual gestão federal.

“Ficamos indignados com esse tipo de discurso, em como a elite pensa só em si, é incapaz de olhar para o outro; um país que teria condições sim de fazer um programa de renda”, afirmou.

Eleições de 2022

No partido, Gleisi Hoffmann destacou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua sendo a  prioridade da legenda nas eleições de 2022, indicando que o partido não desistirá de anular o julgamento feito pelo então juiz Sérgio Moro.

“Temos como uma das nossas bandeiras, a liberdade plena de Lula, temos uma ação ajuizada da suspensão de Sérgio Moro por tudo que foi dito na Vaza Jato, já debatemos muito isso, queremos que o Supremo vote e considere Sérgio Moro para que Lula tenha seus direitos políticos. Óbvio que para o PT é o nosso grande nome, mas óbvio que se ele não quiser ser temos o Hadddad, os governadores, o próprio Wellington, que saiu de IDH de 0,4 para 0,7, é um nome de referência nosso também”, sinalizou.

Sobre o pleito de 2020, ela indicou que não acredita numa prorrogação dos mandatos.

“Prorrogar mandato acho muito difícil, porque estaríamos mexendo na soberania popular, ou seja, o povo elegeu esses prefeitos e  vereadores para 4 anos. Acho que há uma disposição de ajustar o calendário em virtude da pandemia, se ver até agosto não decrescer a curva, há a disposição de adiar por um mês, um mês e meio, mas creio que a maioria defenda manter em outubro”, comentou.

Fonte: Redação Meionorte.com / Foto: Google/ Congresso em Foco UOL

 

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