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Maldição do Equador deixa uma vítima por visita do Flamengo, Antes de Bruno Henrique, Diego e Diego Alves

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Análise: de igual para igual, Del Valle obriga Jesus a buscar soluções para o Flamengo

Escolha por Diego para retardar saída de bola dos equatorianos não surte efeito e Rubro-Negro não consegue se impor na altitude. Vitinho muda cara do time

Condições de altitude e gramado desfavoráveis, questionamentos ao árbitro, mas, acima de tudo, um grande adversário. O Flamengo não fez uma partida nos padrões que está acostumado em Quito. E a definição de “impressionante” dada por Jorge Jesus deixa claro que o Independiente Del Valle tem muito mérito nisso.

Com maior posse de bola (54%), mais finalizações (16 x 9) e até mais passes trocados (369 x 318), os equatorianos fizeram valer dos 2.850m de Quito e impuseram uma dificuldade rara ao Flamengo na era Jorge Jesus. O 2 a 2 da partida de ida da final da Recopa, na noite de quarta-feira, no Atahualpa, exigiu criatividade ao português que começou a partida com estratégia que não deu certo.

Gerson teve trabalho com o meio-campo do  Independiente del Valle — Foto: REUTERS/Daniel Tapia
Gerson teve trabalho com o meio-campo do Independiente del Valle — Foto: REUTERS/Daniel Tapia


Ao surpreender com Diego na vaga de Gabigol – e não Pedro, como esperado -, Jorge Jesus deslocou Bruno Henrique para o comando de ataque, povoou o meio-campo e tentou minar a transição rápida com troca de passes do Del Valle. Não deu certo.

O Flamengo até pressionava a saída de bola, Gerson subia para auxiliar os atacantes e diminuir as opções de passe, mas a altitude obrigava os jogadores a fazerem mais sombra do que realmente espetar. Os donos da casa demonstraram entrosamento e tranquilidade para sair da armadilha do Mister.

O Flamengo corria mais atrás do que jogava, e tinha um Bruno Henrique isolado na tentativa de criar jogadas ofensivas. O gol anulado por impedimento foi uma rara boa jogada em que o atacante teve espaço para disparar após lançamento de Arrascaeta.

A essa altura, o Del Valle já tinha largado na frente com Murillo em cobrança de falta originada de vacilo em saída de bola. O gramado irregular atrapalhava e erros técnicos incomuns impediam que o Flamengo tivesse desafogo na etapa inicial.

Na volta do intervalo, Jorge Jesus trocou Diego por Vitinho, deslocou Arrascaeta pelo meio, e o Flamengo passou a jogar. Confiante, Vitinho se aproximou de Bruno Henrique para tabelar e foi bem também nas jogadas individuais.

O desempenho do time equatoriano surpreendeu Jorge Jesus — Foto: Alexandre Vidal/Flamengo
O desempenho do time equatoriano surpreendeu Jorge Jesus — Foto: Alexandre Vidal/Flamengo


A trocação passou a ser franca, e Arrascaeta mais uma vez achou Bruno Henrique para, agora em posição legal, empatar a partida. A lesão do camisa 27, melhor em campo, no entanto, não diminuiu o ímpeto rubro-negro e a partida seguiu lá e cá.

O Del Valle tentava esticar bolas nas costas dos laterais, e o Flamengo respondia com saídas rápidas sempre com Vitinho. Por ali, começou a virada, em jogada que encontrou a inteligência de Ribeiro e o oportunismo de Pedro.

Como já dito, porém, o Del Valle era um rival a altura e encontrou os espaços pelos lados. Guerrero chutou boa chance nas costas de Filipe Luís nas alturas, mas Murillo foi esperto ao cavar e levar pênalti no setor de Rafinha.

Empate com sabor amargo pela virada, pelos questionamentos do pênalti, mas justo pelo que as duas equipes jogaram. O Del Valle foi melhor por mais tempo durante os 90 minutos. O Flamengo é melhor como um todo.

Quarta que vem tem mais. Agora, sem altitude e com gramado bom. No Maracanã.

Por Cahê Mota — Quito, Equador / Globoesporte.Globo.com

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