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O segundo turno começa no fim de semana, “Série A”

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Compare desempenhos ofensivos e defensivos da Série A e descubra o potencial do seu time no returno

O Flamengo e Bragantino têm quase a mesma média de finalizações, mas a diferença está de onde as finalizações são feitas. Atlético-MG e São Paulo finalizam muito e se defendem melhor

O segundo turno começa no fim de semana, e é momento para o torcedor fazer um balanço sobre os potenciais que seu time leva para o início do returno. Há times que finalizam mais, mas também sofrem muitas finalizações, como o Ceará; e há clubes que finalizam muito e sofrem poucas finalizações, como Atlético-MG, Palmeiras e São Paulo. Mas qual o grau de dificuldade das finalizações feitas e sofridas? É a comparação que fazemos aqui.

Quanto mais à direita nos gráficos maior a média de finalizações por jogo de cada equipe, tanto a favor como contra. E quanto mais alto no gráfico, maior o potencial médio de gol de cada finalização a partir da estatística de xG (expectativa de gols) preparada pelo economista Bruno Imaizumi a pedido do Espião Estatístico*.

Como o torcedor se acostumou desde o ano passado, o Flamengo se destaca pelo grau de dificuldade que impõe aos goleiros adversários e por isso aparece tão alto no gráfico. Tem praticamente a mesma média de finalizações por jogo que o Bragantino, mas os potenciais de gols estão em extremos opostos. Isso significa que, na média, as finalizações do Flamengo levam muito mais perigo. Um exemplo simples para explicar essa diferença é: entre todos os times da Série A, o Flamengo é o que proporcionalmente o time que menos arrisca finalizações de fora da área (40% são de fora da área; 60% são de dentro da área) e quanto mais perto do gol, mais fácil de a bola entrar.

 — Foto: Espião Estatístico
— Foto: Espião Estatístico

E o Bragantino? O Bragantino é o time que proporcionalmente mais finaliza de fora da área (61% de fora da área, 39% de dentro da área) e quanto mais longe sai a bola, menor a chance de ela entrar no gol. Essa é a primeira grande diferença entre as duas equipes que têm praticamente a mesma média de finalizações por jogo (o Bragantino faz 14,5 finalizações em média, e o Flamengo, 14,7). A partir dessa referência, fica fácil entender, pela posição de cada clube, quem leva mais e menos perigo aos rivais. Como se vê abaixo, o Atlético-MG vive o melhor dos mundos. Leva um pouco menos de perigo na média, mas compensa fazendo muito mais finalizações. Nenhuma outra equipe finaliza tanto.

O São Paulo também finaliza muito, mais até do que o Flamengo. A média da equipe paulista é de 15,1 conclusões por jogo. Não é à toa que ainda pode ter a melhor campanha do primeiro turno. É a quinta equipe que proporcionalmente menos faz finalizações de fora da área. Mas o São Paulo tem outro fator que potencializa sua boa campanha: sofre poucas finalizações, e quando o adversário consegue finalizar, leva pouco perigo. É por isso que o São Paulo, assim como o Palmeiras e o Internacional aparecem tão embaixo no gráfico que segue. Dos total de finalizações que sofre, 48% são feitas de fora da área. Contra o Internacional, são 49%; e contra o Palmeiras, 51%das finalizações são feitas de fora da área, assim como contra o Grêmio. Chute de mais longe tem chance menor de entrar e, por isso, menor xG e, por isso, o distintivo desses clubes estão lá embaixo do gráfico, porque os adversários têm poucas chances de marcar em cada finalização que fazem.

E o Bragantino? O Bragantino é o time que proporcionalmente mais finaliza de fora da área (61% de fora da área, 39% de dentro da área) e quanto mais longe sai a bola, menor a chance de ela entrar no gol. Essa é a primeira grande diferença entre as duas equipes que têm praticamente a mesma média de finalizações por jogo (o Bragantino faz 14,5 finalizações em média, e o Flamengo, 14,7). A partir dessa referência, fica fácil entender, pela posição de cada clube, quem leva mais e menos perigo aos rivais. Como se vê abaixo, o Atlético-MG vive o melhor dos mundos. Leva um pouco menos de perigo na média, mas compensa fazendo muito mais finalizações. Nenhuma outra equipe finaliza tanto.

O São Paulo também finaliza muito, mais até do que o Flamengo. A média da equipe paulista é de 15,1 conclusões por jogo. Não é à toa que ainda pode ter a melhor campanha do primeiro turno. É a quinta equipe que proporcionalmente menos faz finalizações de fora da área. Mas o São Paulo tem outro fator que potencializa sua boa campanha: sofre poucas finalizações, e quando o adversário consegue finalizar, leva pouco perigo. É por isso que o São Paulo, assim como o Palmeiras e o Internacional aparecem tão embaixo no gráfico que segue. Dos total de finalizações que sofre, 48% são feitas de fora da área. Contra o Internacional, são 49%; e contra o Palmeiras, 51%das finalizações são feitas de fora da área, assim como contra o Grêmio. Chute de mais longe tem chance menor de entrar e, por isso, menor xG e, por isso, o distintivo desses clubes estão lá embaixo do gráfico, porque os adversários têm poucas chances de marcar em cada finalização que fazem.

Desempenho defensivo Brasileirão 2020 — Foto: Espião Estatístico
Desempenho defensivo Brasileirão 2020 — Foto: Espião Estatístico

Metodologia*

O economista Bruno Imaizumi explica que o modelo de “Expectativa de Gols” (xG, do inglês Expected Goals), é uma métrica consolidada no mundo de análise de dados. Leva em consideração a eficiência média das finalizações dependendo da distância, do ângulo, do tipo de finalização (se de cabeça, com a perna direita ou com a esquerda ou outra parte do corpo) e também a origem do lance de ataque (se um contra-ataque, um lateral, um cruzamento ou uma falta levantada, já que é mais fácil fazer um gol de pênalti do que em uma cobrança de falta direta). O fator casa também tem peso no cálculo.

De cada cem pênaltis cobrados, em média 75% viram gol. Chegamos a esse valor comparando pouco mais de 69 mil finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico nas edições de 2013 a 2020 do Campeonato Brasileiro. Assim, a cada cobrança há uma expectativa de 75% de que a bola entre no gol (0,75 xG).

– Uma finalização pode ir de zero a um no índice de xG. Quanto mais próxima de um, melhor foi a finalização. Em um caso extremo, seria uma finalização sem goleiro quase em cima da linha. Quanto mais próxima de zero, menor a chance de a finalização virar gol. Seria o caso de um chute do meio-campo, por exemplo. Na vida real de um jogo de futebol, uma finalização média fica em torno de 0,09 xG (o histórico de finalizações é que um chute em 9% de chances de virar gol). No pênalti, a chance é muito maior porque só há o goleiro entre o cobrador e o gol, e a distância é curta, por isso o xG é maior – disse Bruno Imaizumi.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Bruno Saldanha, Caio Carvalho, Caio Tatesawa, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Roberto Maleson e Valmir Storti.

Por Valmir Storti — Rio de Janeiro / Globoesporte.globo.com

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