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“Tomamos dois gols de falhas que não podemos cometer.

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Diniz cobra maior agressividade da Seleção, mas faz autocrítica: “O responsável sou eu mesmo”

Treinador evita condicionar atuação pobre do Brasil diante do Uruguai ao problema com Neymar e lamenta gols sofridos após cobranças de lateral: “Falhas que não podemos cometer”

Um tempo inteiro sem finalizar uma vez sequer, uma posse de bola na maior parte do tempo sem eficiência ofensiva e o fim de uma invencibilidade de mais de oito anos. O roteiro da derrota do Brasil para o Uruguai, nesta terça-feira, no estádio Centenário, em Montevidéu, é cruel, e Fernando Diniz sabe disso. Sem rodeios, o treinador admitiu a noite ruim e chamou para si a responsabilidade.

RUruguai 2 x 0 Brasil – Melhores Momentos – 4ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo 2026

Questionado se a ausência de Neymar complicou ainda mais a construção de jogadas ofensivas da seleção brasileira, o treinador evitou transferir a responsabilidade para peças específicas. Para Diniz, o Brasil até conseguiu apresentar mais sem a presença do camisa 10 em campo, mas o grande responsável pela atuação abaixo da crítica é ele mesmo:

-Temos uma certa tendência a fazer uma análise simples para problemas complexos. Se tivesse razão, com o Neymar teríamos muita profundidade e chances criadas. Não foi o que aconteceu. No segundo tempo, fomos até levemente melhores do que no primeiro. O time como um todo não foi bem na parte da criação.

“O jogo foi amarrado, costurado, e faltou articulação. Não por conta de um jogador ou outro. Faltou porque o time não soube construir. Neste sentido, o principal responsável sou eu mesmo. O Neymar saiu faltavam quatro, cinco minutos para o fim do primeiro tempo e em momento algum tivemos articulação”

ReConfira a coletiva de Fernando Diniz após a derrota da Seleção Brasileira

O treinador da seleção brasileira analisou que a partida foi amarrada de parte a parte, mas erros defensivos do Brasil fizeram a diferença a favor dos uruguaios.

– No segundo tempo, teve até um pouquinho mais de articulação, chegamos pelos lados. O time não esteve bem na parte de criação e o Uruguai também pouco criou. Foi um jogo muito amarrado. Eles deram um chute no primeiro tempo e fizeram o gol.

Diniz durante Uruguai x Brasil — Foto: Reuters

Diniz durante Uruguai x Brasil — Foto: Reuters

“Tomamos dois gols de falhas que não podemos cometar. Dois gols de arremesso lateral. Não foi um bom jogo e o responsável maior sou eu mesmo”

Questionado sobre o material humano que tem em suas mãos e as dificuldades para implementar seu estilo de jogo com poucos treinamentos em datas Fifa, Fernando Diniz entende que a derrota para os uruguaios deixa lições importantes. Para o treinador, o Brasil até conseguiu controlar as ações em boa parte do jogo com a bola nos pés, mas sem a capacidade de transformar esse domínio em perigo ao gol de Rochet.

– Temos a melhor matéria-prima à disposição. Não é que as ideias não aconteceram, mas faltou agressividade no primeiro tempo. O Uruguai tentou marcar em um bloco médio alto e tirar a nossa posse. Tivemos a posse, o controle do jogo, que era importante, mas sem profundidade. Faltou arriscar mais, ser mais incisivo, mais agressivo, principalmente com os zagueiros para empurrar o Uruguai.

Marquinhos em Uruguai x Brasil — Foto: Andres Cuenca/Reuters

Marquinhos em Uruguai x Brasil — Foto: Andres Cuenca/Reuters

– No segundo tempo, melhoramos um pouquinho. A marcação foi boa, não oferecemos muitos espaços para o Uruguai. Faltou contundência e essa sensibilidade vamos adquirir com o tempo e o trabalho. O adversário hoje exigia mais do que produzimos. Os trabalhos acontecem com o tempo. Nenhum trabalho da minha vida aconteceu de forma linear. São coisas que acontecem para aprendermos e melhorar para os próximos jogos.

Com sete pontos em quatro rodadas, o Brasil caiu para a terceira colocação na tabela das eliminatórias para a Copa de 2026 e supera a Venezuela apenas nos gols marcados: 7 a 5. Em novembro, a Seleção visita a Colômbia, dia 16, em Barranquilla, e recebe a Argentina, dia 21, no Maracanã, na última partida do ano.

Confira outros trechos da coletiva

IMPACTO DA DERROTA

– O impacto que ela tem é o que ela está provocando desde já. Sou uma pessoa que vive futebol 24 horas por dia. Vou estudar o jogo e tem coisas pra gente melhorar. Não tem nada que achar que tem algo extremamente negativa. Uma coisa que a gente não quer que aconteça, uma partida ruim. Mas nessas horas os bons times e as boas pessoas melhoras mias quando estão na descida”

BRASIL INOFENSIVO…

– Eu acredito que é possível (implementar suas ideias), os jogadores estão abertos a isso. O que aconteceu hoje é uma oportunidade pra gente aprender. O próprio Fluminense contra o São Paulo no Morumbi aconteceu algo semelhante. O Uruguai jogando em casa dificilmente vai passar o jogo com 5 finalizações. A gente tinha que ser mais contundente e mais agressivo.

QUAIS LIÇÕES DO COMPORTAMENTO?

– Acho que a gente como um todo faltou. A marcação na maior parte do tempo esteve bem. Na parte construção, no jogo como o de hoje, pedia uma construção mais coletiva.

O QUE DÁ PRA PROJETAR PRA NOVEMBRO?

– O que a gente espera em relação ao jogo de hoje.. faltou agressividade. Foram partidas muito diferentes que a gente fez até hoje. Vamos procurar corrigir a falta de agressividade que a gente teve. Obviamente que tem a falta de tempo. A gente precisa reconhecer os adversários e ir melhorando. Tenho confiança que a gente vai apresentar um futebol melhor na próxima convocação.

Por Bruno Cassucci — Montevidéu, Uruguai

Ge.globo.com

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